Em maio deste ano, Geoffrey Hinton, conhecido como o padrinho da inteligência artificial, deixou seu emprego de 10 anos no Google. Ele alegou temer os rumos da tecnologia que ajudou a desenvolver. O cientista da computação e psicólogo, reconhecido por sua tese de redes neurais, afirma que a IA está cada vez mais inteligente em relação aos humanos e que isso, nas mãos erradas, pode ser um grande problema.
O executivo foi um dos principais participantes do Collision, evento de tecnologia e inovação que ocorreu na semana passada, em Toronto, no Canadá. Segundo ele, a aplicação da IA para a guerra é uma de suas preocupações. “Atualmente, vários departamentos de defesa já utilizam a IA embarcada em seus robôs, conforme os recursos se sofisticam teremos máquinas ainda mais poderosas e rápidas”, alerta.
Além disso, Geoffrey ressaltou que a IA pode sim, em algum momento, superar os humanos.
“Ela está cada vez mais inteligente e isso tende a se tornar ainda mais forte. No início, eu acreditava muito na inteligência artificial como uma tecnologia que ia acelerar avanços, principalmente na saúde e aviação, por exemplo, mas hoje entendo que isso também traz o risco do uso direcionado à guerra. Não estou convencido de que a boa IA será capaz de vencer à má IA”, afirma o "padrinho da I.A".