Algumas perguntas retóricas:
Essa Reforma Tributária, em alguns dos seus pontos, procura ajustar a economia brasileira às ODS da Agenda 2030??
Mas imagino que esse detalhe não foi observado ou percebido pelos deputados que se inscrevem no liberalismo econômico e na direita política, ou foi?
Então, princípios econômicos da Agenda 2030 conseguem ajustar-se ao ordenamento jurídico brasileiro sem serem vistos ou questionados??
Mas, segundo se diz, não foram poucos os deputados que votaram sem ao menos lerem o texto.
Uns confiaram na sapiência das lideranças partidárias; outros no recebimento das emendas parlamentares e cargos no Governo.
Mas isso é novidade em Brasília? Votar sem conhecer suficientemente o assunto?
Por outro lado, há a dificuldade de leitura e interpretação textual mesmo entre parlamentares e assessores. Ainda mais quando se trata de assunto de elevada complexidade econômica, jurídica e geopolítica.
Mas isso não é de estranhar visto que o analfabetismo funcional é alto no país, mesmo quando é medido na população universitária, para a compreensão de textos simples.
Então, um Governo com gente que domina a arte da engenharia linguística e discursiva para a produção de textos e narrativas... ainda mais podendo entregar uma volumosa e complexa versão textual de lei horas antes da votação... Para não dar tempo dos leitores hábeis do outro lado interpretarem e contratarem... Tem mesmo é que nadar de braçada.
Já dizia o ditado: em terra de cego, quem tem um olho consegue reinar. Com dinheiro e poder então... Mas há cego ideológico que se venda?
* Orley José da Silva, é professor em Goiânia, especialista em leitura e produção de textos, mestre em letras e linguística, além de doutorando em ciências da religião. Acompanha voluntária e informalmente os processos educacionais e políticos.