Com a volta aos trabalhos da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) nesta terça-feira (1°), os senadores acusam o ministro da Justiça, Flávio Dino, de cometer crime ao negar entregar as imagens solicitadas do Palácio da Justiça.
De acordo com o senador Magno Malta PL-ES), o comportamento do ministro Dino diminui a importância da CPMI que detém poderes e deveres garantidos pela Constituição. Ao negar informações e recusar o envio das imagens solicitadas, compromete o objetivo da Comissão, que é a busca pela verdade”, ressalta Malta.
O senador Magno Malta ainda diz que as outras comissões parlamentares que já aconteceram, tanto no Congresso quanto no Senado, só foram frutíferas porque houve a colaboração de todas as autoridades, inclusive com o fornecimento por parte dos ministros da Justiça.
Já o senador Marcos Rogério (PL-RO) ressaltou que é um absurdo o que todos estão vendo hoje na CPMI. “Nos temos poder de investigação, logo, não faz sentido a negativa do Ministério da Justiça de enviar as imagens do dia 8 de janeiro”, adverte.
Ainda segundo o senador, Dino está cometendo um crime. “É abuso de autoridade e obstrução na investigação”, afirma. Para Marcos Rogério o que mais causa espanto é a base governista sustentar uma tese de que não há o que temer. “Se não há nada de errado, por que o medo”?
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), disse que pedirá à Advocacia do Senado que solicite ao STF (Supremo Tribunal Federal) ordem determinando ao ministro da Justiça, Flávio Dino, que entregue as imagens internas do Ministério do dia 8 de janeiro.
Maia ainda explicou que a decisão se deve ao fato de que o ministro encaminhou oficio à CPMI informando que não poderia repassar as imagens. Antes de recorrer ao Supremo, o deputado federal disse que dará um prazo de 48h ao ministro Flávio Dino.
Retorno aos trabalhos
A CPMI voltou aos trabalhos nesta terça-feira com o depoimento do ex-diretor adjunto da Abin (Agência Brasileira de Inteligência), Saulo Moura Cunha. Conforme os parlamentares, o pedido das imagens foi feito para melhor investigar os atos que depredaram prédios públicos em Brasília.
O ministro Alexandre de Moraes, por meio de uma decisão, disponibilizou as imagens das câmeras de segurança do Palácio do Planalto para a CPI.