Política Aprovação
Câmara aprova arcabouço fiscal e Fundeb e Fundo do DF ficam de fora
A Câmara rejeitou, ainda, a emenda dos senadores que deixaria despesas com ciência e tecnologia fora dos limites fiscais
23/08/2023 08h26 Atualizada há 2 anos
Por: Tatiana Lemes
Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

O novo arcabouço fiscal, conjunto de regras que substituirá o teto de gastos no controle das contas públicas, foi aprovado nesta terça-feira (22) pela Câmara dos Deputados. O parecer do relator com a inclusão de emendas do Senado recebeu 379 votos favoráveis e 64 contrários.

Após as tentativas de mudança no texto-base, a proposta vai para a sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O Novo foi o único partido a orientar contra a proposta. O PL, partido de oposição, liberou seus parlamentares que votassem como quisessem.

Posteriormente ao acordo, os deputados mantiveram o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) fora do limite de gastos. O FCDF (Fundo Constitucional do Distrito Federal) também ficou de fora, após atuação da vice-governadora do DF, Celina Leão (PP).

O relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), retirou do marco fiscal, contudo, a permissão incluída pelo Senado para que o governo pudesse prever as chamadas despesas condicionadas no Orçamento de 2024 – que dependem de aprovação de crédito adicional pelo Legislativo para serem executadas.

A medida garante uma folga de R$ 32 bilhões, que deve ser incluída no PLDO (Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias), relatado pelo deputado Danilo Forte (União Brasil/CE), após um acordo costurado pelo governo.

A Câmara rejeitou, ainda, a emenda dos senadores que deixaria despesas com ciência e tecnologia fora dos limites fiscais.

A regra para controle das contas públicas foi aprovada uma semana após o ruído gerado por uma declaração do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe da equipe econômica disse, em uma entrevista, que a Câmara não poderia usar seu poder para “humilhar” o governo e o Senado, o que irritou lideranças partidárias e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).

A votação do arcabouço atrasou devido ao desconforto do Congresso com a falta de liberação de emendas e com a demora de Lula em concluir a reforma ministerial para acomodar o Centrão.

O marco fiscal foi enviado pela Fazenda ao Congresso em abril, e aprovado pela Câmara em maio. Os senadores votaram o texto em junho, mas com alterações, o que fez o projeto voltar para nova análise dos deputados. A proposta substitui o atual teto de gastos, que está em vigor desde o governo Temer, com regras mais flexíveis para as despesas.

Pelo projeto, os gastos só poderão crescer em até 70% do aumento da receita, dentro do intervalo de 0,6% a 2,5% acima da inflação, ou seja, as despesas sempre crescerão menos que as receitas, apesar da maior flexibilidade, para evitar um descontrole das contas públicas.

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*Com informações Pleno News