Brasil Gastos na educação
Relatório aponta que o Brasil é o 3º pior com gasto por aluno entre 42 países
Os dados revelam que o país investe apenas um pouco mais de um terço da média de gastos por aluno em países desenvolvidos, com um valor equivalente a US$ 2.981 por estudante na educação básica
12/09/2023 08h39
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

De acordo com um novo relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), o Brasil se encontra na terceira pior posição em termos de gastos por aluno entre 42 países avaliados.

Os dados revelam que o país investe apenas um pouco mais de um terço da média de gastos por aluno em países desenvolvidos, com um valor equivalente a US$ 2.981 por estudante na educação básica.

Em contraste com a média da OCDE, que é de US$ 10.510 por aluno, o Brasil supera apenas o México e a África do Sul nesse indicador. Essas informações são parte da nova edição do relatório "Education at Glance", que compara indicadores educacionais significativos.

Os gastos totais do Brasil em educação básica, quando relacionados ao PIB (Produto Interno Bruto), estão em linha com os países desenvolvidos. No entanto, ao considerar o gasto por aluno, a disparidade torna-se evidente, uma vez que os valores são ajustados com base no poder de compra em dólares.

Outros países latino-americanos, como Argentina, Colômbia, Chile e Costa Rica, investem quantias maiores por aluno em educação básica. Nas primeiras posições, encontram-se Luxemburgo (US$ 23.577), Suíça (US$ 17.598) e Noruega (US$ 15.986).

Esses dados, referentes a 2020, indicam que o Brasil adotou uma abordagem contrária à maioria dos países ricos da OCDE em relação aos gastos com educação após o início da pandemia de Covid-19. Enquanto o Brasil reduziu os gastos públicos em educação em 10,5% entre 2019 e 2020, os países da OCDE aumentaram os investimentos em educação em 2,1%, em média.

O relatório também destaca a situação preocupante dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos que não estão estudando nem trabalhando, os chamados "nem-nem." O Brasil ocupa a sexta pior posição entre 42 países e regiões com dados disponíveis, com 24,4% dessa faixa etária nessa situação, enquanto a média da OCDE é de 15%. A Holanda lidera positivamente, com apenas 4% de jovens nessa situação.

Outro ponto crítico apontado é a baixa adesão dos estudantes brasileiros ao ensino profissionalizante, que é considerado vital para enfrentar os desafios do mercado de trabalho. Apenas 11% dos estudantes brasileiros de 15 a 19 anos estão matriculados nessa modalidade, em contraste com a média da OCDE de 37%.

O relatório destaca que o ensino profissionalizante é frequentemente visto como uma escolha alternativa, em vez de uma primeira opção de carreira. Isso é evidenciado pela meta do PNE (Plano Nacional de Educação) de ampliar as matrículas no ensino técnico para 5,2 milhões de alunos até 2024, que ainda está longe de ser alcançada.

Além disso, o Brasil enfrenta um desafio significativo em relação à continuidade dos estudos após o ensino secundário, com 28% dos jovens adultos (25-34 anos) não prosseguindo com a educação após essa etapa, em comparação com a média de 14% na OCDE.

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