Brasil MST
PM encontra armas em acampamento do MST e leva 10 deles para a delegacia do Paraná
Manifestantes do MST fecharam o quilômetro 390 da rodovia PR-170, e agrediram e ameaçaram três policiais
21/10/2023 12h27
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Nesta sexta-feira (20) a PM (Polícia Militar) do Paraná cumpriu dois mandados de prisão e realizou uma operação de busca e apreensão em um assentamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) em Guarapuava, no Paraná.

 

O órgão informou que a PM também apreendeu armas. A 3ª Vara Criminal de Guarapuava expediu a operação, que teve o apoio do Corpo de Bombeiros Militar e da Polícia Civil, e dois mandados de prisão, em resposta aos protestos nesta quinta-feira.

Manifestantes do MST fecharam o quilômetro 390 da rodovia PR-170, e agrediram e ameaçaram três policiais. O protesto começou na quarta-feira (18).

Os policiais encontraram uma espingarda com um homem. No veículo de outro homem havia uma pistola calibre 9mm, com 20 munições intactas. Um terceiro indivíduo mantinha outra pistola com dez munições no carregador, e um quarto tinha novem munições de calibre 38 no carro.

Outras seis pessoas foram identificadas como envolvidas nas agressões aos policiais e estão sendo ouvidas pelo delegado de polícia que preside o inquérito.

Os membros do movimento ignoraram uma liminar proibitória para fechar a rodovia expedida pela 1ª Vara da Fazenda Pública de Guarapuava. O MST fez um protesto para manifestar descontentamento com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), cobrando a regularização da área de assentados.

De acordo com o MST, cerca de 300 pessoas de 14 acampamentos fazem parte dos protestos. As comunidades estão localizadas nos municípios de Inácio Martins, Pinhão, Reserva do Iguaçu e Guarapuava, em 75 mil hectares de terras griladas por grandes proprietários.

“Nosso objetivo é chamar o Incra para vir à negociação. Não tivemos a resposta dele, viemos ocupando a BR”, disse um membro. A via foi liberada na quinta-feira (19).

Ainda conforme o MST, ao longo dos protestos na quarta e na quinta-feira, houve a liberação da via a cada 30 minutos. Uma reunião foi marcada para a tarde de sexta, em Guarapuava, com representantes da Ouvidoria Agrária Nacional, da Ouvidoria Agrária estadual e do Cejusc (Centro Judiciário de Soluções de Conflitos) do Tribunal de Justiça do Paraná.

O presidente da já encerrada Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do MST, Tenente-Coronel Zucco (Republicanos-RS), protestou. “Eu avisei que o MST iria voltar com força após o fim da CPI. Mas o que aconteceu no Paraná é muito sério”, afirmou.

O MST afirmou em nota que houve um “ataque violento por uma operação envolvendo cerca de 100 policiais militares no assentamento Nova Geração”.

“Onze camponeses foram levados para a delegacia da cidade, apesar de haver formalmente apenas dois mandados de prisão, busca e apreensão”, alegou o movimento.

Ainda de acordo com o texto, aproximadamente 100 pessoas estavam alojadas ali desde o dia 18.

O MST também afirmou que a operação teve “caráter desmedido”, pois, segundo destacaram, já havia acordo no início da tarde de quinta-feira (19) para a reunião de negociação desta sexta-feira (20).

*Com informações CNN