A análise usou como base de dados a quebra de sigilo bancário do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, que acabou atingindo Bolsonaro porque Cid constava como procurador das contas do ex-presidente.
Todas as transações via Pix foram analisadas pelos técnicos da comissão de 20 de junho a 31 de julho e também fizeram um raio-x das pessoas que doaram ao ex-presidente em duas contas diferentes. Conforme eles, o valor chega a R$ 18,1 milhões em 809,8 mil transações feitas por 770,2 mil pessoas.
O valor é oriundo da campanha de doação feita por aliados do ex-presidente no fim de junho deste ano, sob alegação de que Bolsonaro era vítima de um “assédio judicial” e que precisava angariar recursos para pagar multas. Ainda em julho, um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) enviado à comissão já havia mostrado que Bolsonaro recebeu R$ 17,2 milhões via Pix neste ano, até 4 de julho.
Já no governo do presidente Lula (PT), os técnicos da CPMI que examinaram todas as transações via Pix, servidores públicos federais doaram valores significativos, que chegaram a 5,7% do total arrecadado. Observando apenas quantias acima de R$ 1 mil, 60 servidores realizaram doações que chegaram a R$ 272,6 mil.
Os servidores federais que mais fizeram doação para a “vaquinha” do ex-presidente são do Ministério da Saúde, com 1.589 doadores.
Já no âmbito estadual, foram 60.258 servidores. A maior parte é do estado de São Paulo, governado por Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro, são os que mais doaram: foram 3.689 servidores, a maioria policiais militares, chegando a R$ 78,3 mil.
Houve, ainda, 135 servidores de gabinetes de deputados federais que colaboraram com a “vaquinha” do ex-presidente. A campanha teve início no dia 23 de junho, uma sexta-feira, e o maior número de doações ocorreu no fim de semana, chegando ao montante de R$ 12,5 milhões.
O montante doado via Pix a Bolsonaro na vaquinha feita entre junho e julho tem tido repercussões até hoje. Na semana passada, a PGR (Procuradoria-Geral da República) defendeu que a PF (Polícia Federal) investigue o caso.
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