O presidente do Peru, Pedro Castillo, convidado do petista, Lula da Silva, para sua "posse", teve impeachment contra ele aprovado pelo Congresso, nesta quarta-feira (7), logo após anunciar, em mensagem televisionada à nação, que iria dissolver o Congresso e estabelecer um governo de exceção. Foi preso logo em seguida à sua destituição, segundo informações do jornal El Comercio.
A votação no parlamento reuniu 101 votos favoráveis ao afastamento, seis contrários e dez abstenções. Castillo, ousou ao dizer que criaria um novo Congresso com poderes constituintes o mais breve possível, que seria elaborado uma nova Carta Magna no prazo de nove meses, e que a partir do dia 7, o país será regido por decreto-lei e haveria toque de recolher das 22h locais até as 4h.
"Valerão as seguintes medidas: dissolver temporariamente o Congresso da República e instaurar um governo de emergência excepcional, convocar no prazo mais breve um novo Congresso com faculdades constituintes para elaborar uma nova Constituição em um prazo não maior que nove meses", disse ele, recebendo críticas até mesmo de aliados por “violar a ordem democrática”.
Em apenas 16 meses de governo, Castillo já havia sido alvo de três pedidos de impeachment. Sua imagem estava desgastada diante das acusações de corrupção que envolvem até seus familiares e aliados na política.
Agora quem assume a Presidência do país será a vice-presidente, Dina Boluarte, que mais cedo descreveu o anúncio de Castillo como golpe de Estado.
"Repudio a decisão de Pedro Castillo de praticar a quebra da ordem constitucional com o fechamento do Congresso. Trata-se de um golpe de Estado, que agrava a crise política e institucional que a sociedade peruana terá que superar com apego estrito à lei", escreveu no Twitter.
Castillo "amigo de Lula"
Nas redes sociais, o peruano agradeceu Luiz Inácio Lula da Silva pelo convite para participar da cerimônia de posse, no Brasil. Em resposta, Lula da Silva, também o parabenizou pela sua vitória no Peru, pelas eleições "livres e democráticas" e "avanço na luta popular pela América".