Nas últimas 48 horas foi registrado um afundamento de 1 metro e 6 centímetros do solo no bairro do Mutange, em Maceió, Alagoas. Antes, esse afundamento vinha sendo de 50 cm por dia, segundo a TV Gazeta. O aumento de 3 cm para cada 24 horas foi considerado uma aceleração da movimentação.O colapso do bairro não aconteceu no começo da manhã desta sexta-feira (1º), como previsto inicialmente pelas autoridades, mas o afundamento da área é questão de tempo, segundo técnicos.
Esse afundamento do solo é provocado por causa de uma das minas de sal-gema da indústria petroquímica Braskem, que criou espécies de “ocos” no subterrâneo, que foram preenchidos com um líquido, que vazou. Esses túneis foram construídos desde 1994.
Houve a proibição da navegação na lagoa Mundaú, por conta do risco imediato de colapso, mas não há risco de tsunami, conforme informou o tenente-coronel Moisés Melo, do Corpo de Bombeiros. É só questão de tempo”, avaliou.
A Defesa Civil calcula que o tamanho da cratera após o desabamento será de no máximo 300 metros de diâmetro. De acordo com as autoridades, no momento do colapso, é previsto tremores de terra na região, mas isso não deve provocar estragos nas construções ao redor. Milhares de pessoas tiveram que sair de suas casas.
Por causa da situação, a Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação.
Geraldo Alckmin (PSB), presidente em exercício, disse que “Orientei hoje os ministros Wellington Dias e Renan Filho a acompanharem de perto, em Maceió (AL), o risco iminente de colapso de uma mina da petroquímica Braskem na Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange”. Ele ainda ressaltou que “Estamos atentos e de prontidão para ações que forem necessárias e ajudar no que for preciso”.
Problema antigo - O problema em torno do afundamento na região em que estão localizadas 35 minas de sal-gema da Braskem só veio à tona em março de 2018, quando um forte tremor atingiu a área.
O risco iminente de formação de crateras levou à saída emergencial de cerca de 55 mil pessoas da área. O problema, constatado por órgãos da esfera municipal, estadual e federal, se relaciona a minas de sal-gema da petroquímica Braskem exploradas no subsolo da área urbana da capital do estado.