O cacique José Acácio Serere Xavante, acusado de "atos antidemocráticos", sendo que na verdade estava participando de manifestações democráticas em Brasília, continuará preso, conforme decisão em audiência de custódia. Já foi transferido para o Complexo Penitenciário da Papuda.
A prisão temporária do Xavante, ocorrida na segunda-feira (12) foi decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) sob acusação de participar dos protestos na sala de embarque do Aeroporto Internacional de Brasília.
Idígenas em Brasília
Serere Xavante pediu ajuda ao fazendeiro paulista, Dide Pimenta, que tem propriedade em Campinápolis (MT), para participar do Ato em Brasília. A região conta com uma das maiores reservas idígenas, demarcada como "Terra Indígena Parabubure", na qual vive parte da população Xavante e a família do cacique. Dide, comovido com a situação mobilizou ajuda para que os indígenas não passassem "fome e frio", na capital federal.
“Estamos empenhados nessa luta junto com Serere e Xavantes para manter nossa democracia e nosso capitão no governo”, disse o fazendeiro.
Há cerca de duas décadas, os indígenas de Mato Grosso investem na agricultura como forma de subsistência, numa área de aproximadamente 20 mil hectares, o que representa 1,7% do território de 1 milhão de hectares, em 65 aldeias.
Todo o rendimento comercial estimado está em R$ 120 milhões ao ano, segundo informações da Funai, que é distribuído pela cooperativa a todos os moradores das aldeias, contribuindo com a subsistência de quase 3 mil indígenas.
A possibilidade de proibição do plantio está deixando o povo indígena acuado, mediante as mudanças nas ações do governo Lula, pois sembre receberam incentivo e apoio do Governo Bolsonaro.
Na atual gestão da Funai, sob liderança do presidente Marcelo Xavier desde 2019 foi assinado um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) visando regularizar a produção agrícola, por meio de lavouras mecanizadas, nas Terras Indígenas Rio Formoso, Paresi, Utiariti, Tirecatinga e Irantxe, em Mato Grosso.