Política Comissões
Disputa por comissões na Câmara é marcada por tumultos e indefinições
Nesta quarta apenas 19 colegiados foram instalados dos 30 existentes
07/03/2024 08h50
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Confusões e muito tumulto marcou a escolha pelo comando das comissões permanentes da Câmara dos Deputados e que não terminou nesta quarta-feira (6).

A instalação e eleição dos 30 colegiados estava prevista paras às 15h, mas atrasos e brigas entre governo e oposição levaram a definição final para a semana que vem.

Nesta quarta apenas 19 colegiados foram instalados dos 30 existentes. A instalação dos demais vai demorar mais, pois certas comissões foram canceladas por falta de quórum ou adiadas por falta de indicação pelos partidos.

Um dos maiores pontos de discórdia foi a indicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL/MG) para a presidência da Comissão de Educação. Indicado pelo líder do PL, Altineu Côrtes (PL/RJ), Ferreira é considerado um nome mais radical do partido.

Nikolas é popular por declarações polêmicas e pela atuação nas redes sociais, que é uma das queixas do PT e que também ele esvazie a pauta da comissão. Governistas defendiam que o PL indicasse um nome mais moderado e ligado à educação para assumir a presidência do colegiado. O deputado Tarcísio Motta (PSol/RJ) chegou a protagonizar um embate com parlamentares do PL sobre o assunto.

“Você teve deputados do PL que fizeram debates que tinham que ser feitos, e outros que vinham aqui para fazer vídeo para rede social. Talento para isso eles têm de montão. Vinham atrapalhar. Depois que parava a polêmica, iam embora e a gente continuava discutindo. A nossa preocupação é que agora a presidência faça isso”, disse o deputado do PSol, em conversa com Domingos Sávio (PL/MG), correligionário de Nikolas.

Apesar dos protestos, líderes do PL não aceitaram a troca. A indefinição atrasou a instalação dos colegiados e motivou uma ameaça de obstrução, por parte de uma ala governista, à votação para a presidência. Apesar disso, Nikolas foi eleito para a chefia do colegiado.

A fim de apaziguar a confusão, o governo e o PL decidiram que a 1ª vice-presidência da Comissão de Educação ficará com um parlamentar do PT.

A deputada federal Caroline de Toni (SC), também da ala mais ideológica do PL, será a presidente da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara dos Deputados.

Houve um acordo para que as duas maiores bancadas da Câmara alternassem na liderança da CCJ. O PT comandou o colegiado em 2023, e o PL ficou com o colegiado neste ano.

De Toni foi indicada ao posto pelo líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes (PL/RJ). O nome da parlamentar enfrentou resistência entre governistas e até mesmo de Arthur Lira (PP/AL), presidente da Casa, por ela ser considerada “radical demais”. Apesar das críticas, mais uma vez, o PL manteve a indicação de Caroline ao cargo.

Além da CCJ, o PL estará à frente de outros colegiados importantes: Comissão de Educação; Relações Exteriores e Defesa Nacional; Esporte e Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família.

O PT (Partido dos Trabalhadores), do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garantiu o comando da Comissão de Saúde, responsável pela liberação de volume expressivo de emendas.

Já a federação da qual o PT faz parte com PCdoB e PV comandará a Comissão de Fiscalização Financeira e Controle; de Direitos Humanos, Minorias e Igualdade Racial; e de Cultura.

 Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias. 

*Com informações Metrópoles