O centro do contexto da delação feita por Ronnie Lessa, o ex-policial militar responsável pelo assassinato de Marielle Franco, envolve a atuação das milícias na expansão e exploração imobiliária no Rio de Janeiro, especialmente na região oeste da cidade.
Em seu depoimento à Polícia Federal, Lessa detalhou como a vereadora entrou em conflito com indivíduos ligados à promoção da expansão de áreas controladas por uma milícia do Rio. Esse conflito teria sido o motivo que levou à contratação de Lessa para cometer o assassinato da parlamentar em 2018.
A delação de Lessa foi oficializada junto à Polícia Federal e recentemente validada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A expansão e exploração imobiliária tornaram-se uma significativa fonte de financiamento para o crime organizado na cidade. De acordo com dados da prefeitura do Rio, entre 2021 e 2022, mais de 1.300 construções ilegais ligadas às milícias foram derrubadas, acarretando em perdas financeiras estimadas em R$ 646 milhões para os criminosos.
Em janeiro, a jornalista Vera Araújo relatou a Polícia Federal que estava conduzindo uma investigação sobre um conflito de terras em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, como possível motivo por trás do assassinato de Marielle Franco. De acordo com a matéria, Lessa afirmou aos investigadores que o mandante do crime tinha interesse na regularização do terreno para fins de especulação imobiliária, sem levar em conta critérios de interesse social, enquanto Marielle defendia a ocupação da [área por pessoas de baixa renda.
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*Com informações O Globo