Política Caso Marielle
Freixo mentiu ao relacionar a resolução do caso Marielle ao governo Lula
Ele promove narrativas distorcidas devido à gratidão pela nomeação na Embratur, em vez de manter fidelidade aos fatos
26/03/2024 17h55
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Em 2019, a Polícia Federal forneceu um relatório usado pela então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, indicada por Michel Temer, para denunciar Domingos Brazão como mandante do assassinato de Marielle Franco. No entanto, Marcelo Freixo, que assumiu a presidência da Embratur no governo Lula, agora atribui ao presidente empossado em 2023 a "mudança" que teria levado à resolução do crime. Em entrevista ao UOL na segunda-feira, 25, o ex-deputado do PSOL, que se filiou ao PT em maio passado, afirmou que "o crime da Marielle só foi solucionado porque o Lula assumiu o poder e mudou a Polícia Federal. Se não fosse isso, não teria resolvido o caso Marielle. Ponto". Essa tentativa de aproveitar o caso da ex-correligionária para fins de propaganda política é condenável, especialmente ao usar a expressão "o crime da Marielle". Freixo influenciou a família da vereadora a manter as investigações na Polícia Civil do Rio de Janeiro, mesmo quando a PGR já apontava um ambiente desfavorável à apuração isenta dos fatos e a PF informava o STJ sobre acusações de corrupção contra o delegado Rivaldo Barbosa, ex-chefe da corporação fluminense.

A esquerda lulista explorava a possibilidade de envolvimento de Jair Bolsonaro no crime, especialmente após a disseminação de uma informação falsa em um depoimento de um porteiro do condomínio onde residiam o presidente e o executor Ronnie Lessa. Freixo acusava Bolsonaro de tentar "federalizar o caso Marielle a todo custo para controlar as investigações", apesar de a federalização da investigação sobre os mandantes ter sido solicitada por Dodge, com base em um relatório da PF, muito antes do governo Lula.

A questão moral levantada é se os lulistas, como Freixo, estavam mais preocupados com a resolução do crime ou em incriminar Bolsonaro em uma trama fabricada. As informações resultantes da operação que prendeu os irmãos Brazão e o delegado Rivaldo no domingo, 24, confirmaram a importância de tirar o caso do Rio.

Na mesma entrevista, Freixo mentiu ao afirmar que "a eleição e a mudança das instituições não são um detalhe" e que "se o Andrei Rodrigues não tivesse assumido a PF, o caso Marielle não teria sido resolvido". Ele promove narrativas distorcidas devido à gratidão pela nomeação na Embratur, em vez de manter fidelidade aos fatos. Lula mudou o destino de Freixo ao vencer a eleição, mas a resolução dos assassinatos de Marielle e Anderson Gomes já estava em andamento há mais de quatro anos.

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*Com informações O Antagonista