Nesta quarta-feira, 27, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou que o presidente Lula (PT) assumirá o controle da política de preços e investimentos da Petrobras.
“O presidente já falou um milhão de vezes que, tanto em relação à política de preços da Petrobras quanto em relação à política de investimentos da Petrobras, sendo uma empresa estratégica, ele vai atuar como o controlador para que a Petrobras, por exemplo, invista mais em transformação ecológica. É um direito do controlador fomentar a Petrobras nessa direção. O petróleo, se não vai terminar, vai ser cada vez menos usado”, disse o ministro em entrevista à CNN Brasil.
No entanto, o líder da equipe econômica do governo refuta a ideia de que o direcionamento de investimentos represente uma intervenção na estatal.
“Não me parece que isso seja uma intervenção”, afirmou.
Haddad não está sozinho em sua defesa da intervenção de Lula na Petrobras. Em 13 de março, o presidente da estatal, Jean Paul Prates, reconheceu a influência do presidente da República na empresa petrolífera, porém, ele preferiu utilizar outro termo: orientação.
“O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva. Falar em ‘intervenção na Petrobrás’ (sic) é querer criar dissidências, especulação e desinformação”, comentou em seu perfil no X o presidente da empresa, que insiste em acentuar Petrobras — o acento foi retirado oficialmente em 1995.
“É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobrás (sic) é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção!”, argumentou.
Prates continuou finalmente admitindo a orientação” de Lula. É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa. É legítimo que o Conselho de Administração se posicione orientado pelo Presidente da República e seus auxiliares diretos, que são os ministros. Foi exatamente isso que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários”.
A intervenção de Lula na Petrobras teve um impacto significativo no valor de mercado da empresa neste ano. O balanço financeiro da petroleira referente ao quarto trimestre de 2023 ficou 14% abaixo da previsão dos analistas.
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*Com informações O Antagonista