Internacional Rejeições
Vaticano rejeita mudanças de sexo e teoria de gênero
O escritório doutrinário do Vaticano (DDF) divulgou a nota intitulada "Dignitas Infinita" (Dignidade Infinita) em relação ao documento sobre questões LGBT
08/04/2024 09h21
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (8), o Vaticano reiterou sua posição contrária a mudanças de sexo, teoria de gênero, gestação por substituição, aborto e eutanásia. Essa afirmação ocorre quatro meses após a manifestação de apoio a bênçãos para casais do mesmo sexo.

Após enfrentar forte resistência conservadora, especialmente na África, o escritório doutrinário do Vaticano (DDF) divulgou a nota intitulada "Dignitas Infinita" (Dignidade Infinita) em relação ao documento sobre questões LGBT.

Não há indícios de que o novo texto, que aborda o que a Igreja considera como ameaças à dignidade humana, tenha sido elaborado diretamente em resposta às discussões sobre bênçãos para casais do mesmo sexo, uma vez que sua redação está em andamento há cinco anos. No entanto, o texto passou por extensas revisões ao longo desse período.

O papa Francisco deu sua aprovação ao documento após solicitar que também incluísse "a pobreza, a situação dos imigrantes, a violência contra as mulheres, o tráfico humano, a guerra e outros temas", como afirmou o cardeal Victor Manuel Fernández, chefe do DDF, em um comunicado.

A nota enfatiza que a gestação de substituição viola a dignidade tanto da mãe de aluguel quanto da criança, e recorda que em janeiro, o papa Francisco a rotulou como "desprezível" e solicitou uma proibição global.

Sobre a teoria de gênero, a nota afirma que "buscar uma autodeterminação pessoal, conforme preconizado pela teoria de gênero, além de ir contra a verdade fundamental de que a vida humana é um dom, equivale a uma tentativa de assumir o papel de Deus, desafiando o verdadeiro Deus de amor revelado a nós no Evangelho".

A teoria de gênero, frequentemente rotulada como ideologia de gênero por seus críticos, sugere que o gênero é mais complexo e fluido do que as categorias binárias de homem e mulher, e depende de mais do que apenas características sexuais visíveis.

Em relação às mudanças de gênero, a nota afirma que "qualquer intervenção para mudança de sexo, em geral, acarreta o risco de comprometer a dignidade única que a pessoa recebe desde o momento da concepção".

O texto reconhece que algumas pessoas podem se submeter a cirurgias para corrigir "anormalidades genitais", porém destaca que "tais procedimentos médicos não configurariam uma mudança de sexo nos termos aqui abordados".

Ao mesmo tempo, o texto também condena como contrário à dignidade humana o fato de que "em alguns lugares, numerosas pessoas são presas, torturadas e até privadas do direito à vida simplesmente por causa de sua orientação sexual".

A nota também reiterou a condenação contínua do Vaticano ao aborto, à eutanásia e à pena de morte, citando o papa Francisco, seus antecessores Bento XVI e João Paulo II, bem como documentos anteriores do Vaticano.

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*Com informações Agência Brasil