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Guedes "Políticas de má qualidade podem abortar a chance do Brasil crescer"
Ministro diz que Brasil é reconhecido Internacionalmente e rebate discurso que atual governo deixará “herança maldita”
16/12/2022 08h28 Atualizada há 3 anos
Por: Fonte: Hora Brasília
Guedes criticou a tentativa de mudar a Lei das Estatais

Políticas de má qualidade podem abortar a chance do Brasil crescer no médio e no longo prazo, declarou o ministro da Economia, Paulo Guedes. O ministro rebateu o discurso que o atual governo deixará uma “herança maldita”, e disse que o Brasil é “reconhecido internacionalmente” pela dimensão econômica.

Em evento de premiação do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Guedes disse que a taxa Selic (juros básicos da economia) começará a cair em meados do próximo ano. Disse que o Produto Interno Bruto (PIB) crescerá 3% em 2023.

Essa foi uma das últimas agendas oficiais de Guedes como ministro da Economia. Na próxima semana, ele entrará de férias e não deverá mais retornar ao cargo antes de 31 de dezembro.

“Políticas ruins podem abortar crescimento econômico”, alerta Paulo Guedes.

Na avaliação do ministro, uma possível desaceleração da economia brasileira em 2023 está mais relacionada aos ciclos econômicos do que às políticas públicas executadas neste ano.

Guedes voltou a citar que a economia brasileira fez, em 2022, uma recuperação em “V” (forte queda seguida de forte alta).

Guedes afirmou que, no próximo ano, ocorrerá um arrefecimento natural após esse tipo de retomada em “V”, rechaçando que essa desaceleração seja uma “herança maldita”. Também disse que os modelos técnicos costumam errar em momentos de mudança de regime.

“O Brasil vai crescer zero, vai ter recessão. Brasil cresce 5% e volta em ‘V’. Ah, agora é o ano seguinte. Vira a rolagem da desgraça. Agora o ano seguinte é dele. Aí diz que é herança maldita. Além de ser erro intelectual, fake news, e uma desculpa desonesta para o que estão encontrando, é uma burrice colossal”, comentou o ministro.

Alternância de poderes

O ministro negou que o país esteja quebrado e disse considerar “saudável” a alternância de poder. Ele, no entanto, criticou o que chamou de uso da máquina pública para manter-se no comando.

“Mexer em regra para se perpetuar não é civilizatório”, disse Guedes, sem entrar em detalhes.

Guedes também criticou a tentativa de mudar a Lei das Estatais, reduzindo a quarentena para participantes de campanhas eleitorais e filiados a partidos políticos. Segundo ele, a “extrema-esquerda” e a “extrema-direita” são parecidas em relação ao “dirigismo econômico”. “Ambos gostam de mexer em empresas estatais”, criticou.

Em relação ao governo atual, negou que as reduções de impostos neste ano tenham tido objetivo eleitoral.

“Baixamos impostos porque controlamos gastos. Não é para reeleição”, comentou.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também participou do evento. Ele fez uma homenagem a seu avô, um dos fundadores do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, presente no evento, disse que "as reformas pró-mercado do Governo Bolsonaro assegurarão o crescimento para os mais pobres no futuro".