O presidente em exercício, Geraldo Alckmin, abordou nesta quarta-feira (17/4) a tensão entre o governo federal e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), evidenciada após uma série de derrotas governistas no Congresso.

Segundo Alckmin, a relação com o Legislativo está "tumultuada", porém ainda preserva certa harmonia. Ele enfatizou a importância da independência e dos distintos papéis desempenhados por cada Poder.

“Os Poderes são independentes, mas devem ser harmônicos. O Judiciário tem sua tarefa, sua responsabilidade como guardião da constitucionalidade brasileira e, por consequência, da democracia. O Legislativo tem o papel extremamente importante na definição das leis e na discussão das prioridades do país, e o Executivo é o executor das tarefas em nível federal”, comentou Alckmin durante coletiva de imprensa, em Brasília.

“O governo do presidente Lula é o governo do diálogo. Aliás, quero celebrar o bom trabalho conjunto que foi a reforma tributária”, acrescentou. Alckmin ocupa a Presidência da República durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Colômbia. “Ninguém precisa pensar igual, mas é importante trabalhar juntos”, disse ainda.

Indagado se persiste a harmonia entre o Executivo e o Legislativo, Alckmin afirmou que sim. "Sempre há. Ela pode ser agitada, mas está presente. É uma agitação construtiva, resultado do diálogo e do debate em busca das melhores soluções", concluiu.

A relação entre Lira e o governo azedou após a votação sobre a prisão do deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), suspeito de envolvimento no assassinato da vereadora Marielle Franco, na semana passada. Lira acusa o Executivo de "interferência" e ataca publicamente o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, a quem chamou de incompetente.

Além disso, Lira organizou uma série de retaliações na Câmara nesta semana, incluindo a abertura de várias Comissões Parlamentares de Inquérito (CPI) que tratam de assuntos sensíveis ao governo e podem atrasar a tramitação de pautas econômicas.

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*Com informações Correio Braziliense