Internacional Encontro
Zelensky alerta que um encontro entre Lula e Putin seria um grande erro
Zelensky também mencionou que não visitou o Brasil porque não recebeu um convite oficial
19/04/2024 08h04
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Durante uma entrevista a jornalistas brasileiros em Kiev, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou que um encontro entre Lula e Vladimir Putin, na Cúpula do Brics, seria um grande erro.

“Seria um grande erro porque nós temos que isolar Putin politicamente. Ele precisa sentir que cometeu erros históricos ao atacar a Ucrânia e iniciar a guerra. E quando um líder se reúne com ele, dá legitimidade [a Putin]. Acho que isso é um grande erro”, falou Zelensky.

Durante a entrevista, Zelensky também mencionou que não visitou o Brasil porque não recebeu um convite oficial. Ele reiterou seu desejo de receber Lula na Ucrânia e o convidou para participar da Cúpula da Paz, marcada para junho, na Suíça, a pedido do presidente ucraniano.

Apesar de considerar um erro se aproximar da Rússia, Zelenski afirmou que a relação com o governo Lula melhorou depois do encontro às margens da Assembleia-Geral da ONU no ano passado, em Nova Iorque. Antes disso, eles haviam tentado, sem sucesso, se reunir durante a Cúpula do G-7, em Hiroshima, no Japão. Na época, Brasil e Ucrânia deram versões diferentes para o desencontro, o que foi ironizado por Zelensky.

A Cúpula do Brics deste ano será realizada na cidade de Kazan, na Rússia, com o evento agendado para outubro.

Embora a agenda oficial para outubro ainda não tenha sido divulgada, Lula confirmou sua participação na Cúpula do Brics ao ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, durante a visita deste último ao Brasil em fevereiro para a reunião do G-20.

Lula também sugeriu que Putin poderia visitar o Brasil para a Cúpula do G-20 sem preocupações quanto a ser detido, apesar de estar sujeito a um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional, do qual o Brasil é signatário. O governo tem sustentado a argumentação de que Putin possui imunidade devido ao seu status de chefe de Estado.

O líder do Partido dos Trabalhadores tentou se posicionar como mediador no conflito, porém enfrentou duras críticas ao equiparar as responsabilidades da Ucrânia (país invadido) e da Rússia (país invasor) no conflito, além de sugerir que os Estados Unidos e seus aliados da Otan estariam prolongando a guerra por meio do fornecimento de ajuda militar a Kiev.

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*Com informações Agência Estado