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Declínio de filiações: Número de jovens em partidos políticos no Brasil sofre queda acentuada em 10 anos
O PSOL emerge como líder no número de jovens filiados, contabilizando 19.048 membros
29/04/2024 11h19
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Nos últimos dez anos, o cenário político brasileiro testemunhou uma mudança drástica no engajamento dos jovens nos partidos políticos. De acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) compilados pelo Jornal O Globo, houve uma queda significativa de 56,51% no número de filiações de jovens entre 16 e 24 anos.

Em 2014, o país contava com 415.471 jovens filiados a partidos políticos. Entretanto, uma década depois, em 2024, esse número despencou para 180.717. Esse declínio expressivo evidencia uma tendência preocupante de desinteresse e desengajamento político entre os jovens brasileiros.

Curiosamente, entre os partidos políticos, o PSOL emerge como líder no número de jovens filiados, contabilizando 19.048 membros. Ele é seguido de perto pelo PT, com 17.413 filiados, pelo MDB, com 15.094, pelo PL, com 10.689, e pelo PSDB, com 8.603. Essa liderança do PSOL representa uma mudança significativa na dinâmica partidária, contrastando com a predominância histórica de partidos tradicionais.

Falando em partidos tradicionais, é notável o declínio vertiginoso que eles experimentaram. O MDB, por exemplo, viu sua base de jovens filiados cair de 37,6 mil em 2014 para 15 mil em 2024. O PSDB também enfrentou uma queda considerável, passando de 30,7 mil para 8,6 mil no mesmo período. Já o PT, que liderava as filiações em 2014 com 53,7 mil jovens, atualmente conta com 17,4 mil.

Essa mudança no panorama político reflete não apenas uma preferência partidária em evolução, mas também uma transformação nos valores e ideais que atraem os jovens eleitores. A ascensão do PSOL como líder em filiações de jovens indica uma crescente demanda por novas abordagens e perspectivas políticas.

No entanto, é importante ressaltar que a queda generalizada no número de jovens filiados pode sinalizar uma desconexão crescente entre a juventude e o sistema político tradicional. Esse desinteresse pode ser atribuído a uma variedade de fatores, incluindo desencanto com a corrupção, falta de representatividade e a polarização ideológica que caracteriza o atual cenário político brasileiro.

Diante desse panorama, os partidos políticos enfrentam o desafio de se reinventar e se adaptar às necessidades e demandas de uma nova geração de eleitores. A capacidade de atrair e envolver os jovens será fundamental para garantir a saúde e a vitalidade da democracia brasileira no futuro.

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