Economia Lucro
Petrobras registra lucro líquido de R$ 23,7 bilhões no primeiro trimestre, abaixo das expectativas do mercado
Redução é atribuída à queda nas vendas de combustíveis no mercado interno e ao impacto negativo do câmbio, enquanto preços mais baixos do etanol intensificam concorrência
14/05/2024 10h17
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A Petrobras divulgou seu lucro líquido para o primeiro trimestre deste ano, totalizando R$ 23,7 bilhões. Entretanto, esse valor representa uma queda significativa de 37,9% em relação aos R$ 38,156 bilhões obtidos no mesmo período do ano anterior. Essa performance ficou abaixo das expectativas do mercado, que projetava um lucro em torno de R$ 28,3 bilhões para o período.

A estatal atribui essa redução no lucro a uma série de fatores, incluindo a queda nas vendas de combustíveis no mercado interno e o impacto negativo do câmbio, com a desvalorização do real em relação ao dólar. No primeiro trimestre de 2024, o resultado financeiro foi negativo em R$ 9,6 bilhões.

Além das vendas menores, a Petrobras também destacou a diminuição da margem de lucro no diesel. A receita de vendas no primeiro trimestre deste ano totalizou R$ 117,721 bilhões, representando uma queda de 15,4% em comparação ao mesmo período do ano passado.

A estatal informou que tanto as vendas de gasolina quanto as de diesel apresentaram queda entre janeiro e março, devido à demanda de mercado e a paradas programadas. Adicionalmente, a mudança no teor mínimo de mistura obrigatória de biodiesel, de 12% para 14% em março de 2024, também afetou as vendas. Na gasolina, a participação do etanol hidratado no abastecimento de veículos flex aumentou, devido à vantagem econômica.

Um levantamento do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) revelou que, no primeiro trimestre deste ano, os preços do etanol ficaram, em média, 63% mais baixos do que os preços da gasolina. Bruno Pascon, sócio-fundador e diretor da CBIE Advisory, explicou que o aumento na produção de etanol resultou em preços mais competitivos. No entanto, para o segundo trimestre, espera-se que essa alta não se repita.

Pascon também destacou que, se a Petrobras tivesse reajustado os preços da gasolina ao longo deste ano, a diferença entre gasolina e etanol seria ainda maior, considerando que a defasagem atual entre os dois combustíveis está em cerca de 20%.

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*Com informações Terra Brasil