Justiça Pena
Conselho Federal de Medicina reduz pena de ginecologista acusado de assédio sexual
Salvador Walter Lopes, que teve registro cassado, agora enfrenta suspensão de 30 dias após decisão do CFM
06/06/2024 08h19
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O médico ginecologista Salvador Walter Lopes teve uma decisão favorável do Conselho Federal de Medicina (CFM), que reverteu a cassação de seu registro profissional e converteu a pena em uma suspensão temporária de 30 dias. Salvador, que possui várias passagens policiais por importunação e assédio sexual, está sendo processado por esses crimes.

A reversão da penalidade foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira (6). O pleno do Tribunal Superior de Ética Médica do CFM analisou o caso e, embora a maioria dos membros tenha confirmado a “culpabilidade” do médico, a decisão do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM-MS), que havia cassado o registro profissional de Salvador, foi reformada. O Conselho Federal determinou que Salvador receba a pena de “suspensão do exercício profissional por 30 dias”.

A publicação detalha que a infração do artigo 25 do Código de Ética Médica de 2018 foi desconsiderada, sendo aplicada a infração prevista no artigo 23 do mesmo código.

Artigos do código de ética médica

Pena Anterior:

Infração Atual:

Acusações de assédio em consultas

Salvador Walter Lopes enfrenta acusações de assédio durante consultas médicas. Em um dos relatos, ele disse a uma paciente que ela era “muito gostosa” e deveria falar mais sobre sexo, além de perguntar sobre suas preferências sexuais e forçar um abraço para que ela “ficasse mais relaxada”, tentando ainda beijá-la no rosto.

Em outra consulta, ele afirmou a uma mulher com menstruação atrasada: “Reza para você não estar grávida, porque você está gorda, vai ficar feia, horrorosa, vai ter diabete, hipertensão, e você só volta aqui quando emagrecer”.

Esses são apenas dois dos mais de dez atendimentos inadequados registrados na polícia contra Salvador. Apesar das acusações, o Conselho aplicou uma penalidade de censura pública, divulgando o nome do médico, CRM/MS 1.217 e registro nº 234.612 no Conselho.

Audiência marcada pela Justiça

A Justiça marcou uma audiência para o dia 20 de junho, às 13 horas, para ouvir a vítima e o ginecologista, em uma ação de R$ 100 mil por danos morais movida por uma das pacientes assediadas. Salvador já teve seu rosto estampado em um cartaz de “Procura-se” pela Polícia Civil por crime de estupro com sentença condenatória.

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*Com informações Midiamax