Os analistas do mercado financeiro, consultados semanalmente pelo Banco Central (BC), ajustaram para baixo as projeções para os principais indicadores econômicos do Brasil, conforme revela o último Relatório Focus divulgado nesta segunda-feira (17). Destacam-se o aumento da previsão para a inflação, do dólar e da taxa básica de juros (Selic), além da redução na expectativa de crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) para 2024.

Inflação e Selic em alta

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, teve sua previsão elevada para 3,96% em 2024, ante 3,90% na semana anterior, marcando o sexto aumento consecutivo na estimativa. Para 2025, a expectativa também subiu, alcançando 3,80%, o sétimo ajuste consecutivo para esse ano.

Já a taxa Selic, que estava projetada em 10,25% ao ano na semana passada, foi revista para cima e agora está estimada em 10,50% para 2024. Essa mudança reflete a expectativa dos analistas de que o Banco Central não fará novos cortes na taxa de juros neste ano, diante do atual cenário de aumento da inflação.

Desafios e incertezas econômicas

As incertezas econômicas, tanto internas quanto externas, têm motivado essas revisões. Internacionalmente, há uma perspectiva de redução de juros nos Estados Unidos que se distancia, enquanto no Brasil, mudanças na meta fiscal para 2025 e 2026 acrescentaram complexidade ao cenário econômico. Além disso, a tragédia no Rio Grande do Sul contribui para um ambiente de incertezas.

Projeções para o dólar e PIB

Os analistas também ajustaram para cima as previsões para o dólar. Para 2024, a cotação projetada passou de R$ 5,05 para R$ 5,13, refletindo uma expectativa de maior pressão cambial nos próximos anos. Quanto ao crescimento econômico, a expectativa para o PIB em 2024 foi reduzida de 2,09% para 2,08%, marcando uma leve desaceleração nas projeções de crescimento.

O Relatório Focus é divulgado semanalmente pelo Banco Central e serve como um indicador das expectativas do mercado para diversos indicadores econômicos, incluindo inflação, taxa de câmbio, taxa Selic e crescimento do PIB. As revisões refletem as percepções dos analistas sobre o atual ambiente econômico e as perspectivas futuras para a economia brasileira.

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*Com informações Metrópoles