Nesta segunda-feira (1º), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou sua posição contrária à autonomia do Banco Central, medida aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado. Em entrevista para uma rádio em Feira de Santana (BA), Lula argumentou que a instituição deveria estar alinhada com os interesses nacionais, não apenas com as demandas do mercado financeiro.
"Quem quer o Banco Central autônomo é o mercado, que faz parte do Copom, que determina meta da inflação, que determina política de juros. Eu tive um Banco Central independente. O [Henrique] Meirelles ficou oito anos no meu governo e teve total independência para fazer ajustes sem que o presidente da República se metesse", afirmou o presidente.
Lula destacou que, atualmente, a taxa Selic está alta, na sua visão, de forma exagerada. Ele argumentou que a inflação está controlada e que não há necessidade de manter políticas de juros elevadas neste momento. O Copom, no mês passado, decidiu manter a taxa Selic em 10,5% ao ano, interrompendo um ciclo de cortes iniciado em agosto do ano passado.
"A inflação está controlada. Nós acabamos de aprovar a manutenção da média de 3%. Porque responsabilidade é uma coisa que a gente preza muito. Então inflação baixa, para mim, não é um desejo, é uma obsessão. Porque eu sei que, quanto mais baixa a inflação, mais o trabalhador tem poder aquisitivo, mais o dinheiro dele vai render. Isso faz parte da minha vida", destacou Lula durante a entrevista.
Recentemente, o presidente também editou um decreto que altera o sistema de metas da inflação, estabelecendo a chamada "meta contínua" a partir de 2025. Essa nova norma permite o monitoramento mensal da inflação, com base na variação dos últimos 12 meses, em contraste com o sistema atual que considera metas fechadas anuais de janeiro a dezembro.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias.
*Com informações R7