Nesta segunda-feira (1º), o dólar fechou em alta, atingindo R$ 5,6527, o maior valor desde 10 de janeiro de 2022, quando a moeda americana estava cotada a R$ 5,6742. Este movimento de valorização ocorre em um cenário de incertezas fiscais no Brasil e aumento do tom crítico do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em relação ao comando do Banco Central.
Em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), Lula afirmou que o próximo presidente do Banco Central "olhará para o Brasil do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala". Lula criticou a atual independência do Banco Central, mencionando que, apesar de ter sido eleito presidente, não pode indicar livremente o presidente do Banco Central, atualmente Roberto Campos Neto, nomeado por Jair Bolsonaro. "Então, não é correto isso", destacou Lula.
Guilherme Morais, analista da VG Research, comentou ao Metrópoles que a alta do dólar no curto prazo está associada às declarações de Lula. “Essa visão mais intervencionista e de menos liberdade ao Banco Central deixa o mercado com dúvidas”, afirmou.
Nesta segunda-feira, o Relatório Focus do Banco Central revelou uma revisão das projeções da moeda americana até 2027, com a estimativa para este ano passando de R$ 5,15 para R$ 5,20 e para 2025 de R$ 5,15 para R$ 5,19.
Além das questões internas, juros elevados nos Estados Unidos também têm contribuído para a valorização do dólar. As taxas mais atrativas dos americanos atraem investimentos para lá, reduzindo a oferta de dólares no mercado brasileiro e, consequentemente, elevando a cotação da moeda.
*Com informações Metrópoles