Após dias de intensa pressão, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou sua desistência de buscar a reeleição. A decisão, embora atendendo ao clamor de aliados, coloca o Partido Democrata em uma posição complicada, sem um substituto claro definido. Enquanto isso, o ex-presidente Donald Trump, já confirmado como candidato oficial republicano, prepara seu caminho de volta à Casa Branca.
Desde um debate em junho, que foi amplamente criticado, Biden enfrentou pressão de membros do próprio partido e de figuras influentes na política sobre sua capacidade física para comandar os Estados Unidos por mais um mandato. Embora não tenha detalhado os motivos de sua decisão, Biden afirmou em comunicado: “Embora tenha sido minha intenção buscar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país renunciar e me concentrar exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como presidente durante o resto do meu mandato.”
O anúncio foi feito através de uma carta publicada no X (antigo Twitter), onde Biden também agradeceu à vice-presidente Kamala Harris por seu apoio. Em uma segunda publicação, o presidente expressou seu apoio para que Harris seja nomeada pelo partido. No entanto, a candidatura de Harris não é garantida, com outros nomes como Gavin Newsom, Gretchen Whitmer e Andy Beshear também sendo considerados.
Paulo Velasco, professor de política internacional da UERJ, comentou sobre a decisão de Biden: “A desistência do Biden responde a pressões evidentes de dentro do partido Democrata e de doadores, mas demorou a ser tomada. O terrível debate em que o mundo inteiro percebeu as limitações cognitivas de Biden ocorreu há mais de três semanas, então, foram três semanas perdidas para uma transição que não é simples.”
Velasco destacou que, apesar do apoio de Biden, Kamala Harris precisará conquistar amplo apoio dentro do partido. “Os desafios são menores do ponto de vista logístico e burocrático, mas a campanha de Harris precisa ser trabalhada em termos de projeção nacional,” afirmou. Ele também mencionou que a campanha de Trump se vê em vantagem devido à incerteza sobre o candidato Democrata, fortalecendo ainda mais a posição do ex-presidente.
A disputa eleitoral deste ano também foi marcada por um incidente chocante: uma tentativa de assassinato contra Donald Trump. Durante um comício em Butler, Pensilvânia, o ex-presidente levou um tiro de raspão na orelha direita. Um espectador morreu e o atirador, Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, foi morto por agentes. O FBI está investigando o caso como uma tentativa de homicídio e possível terrorismo doméstico.
Em seu primeiro discurso após o atentado, Trump disse: “Eu não deveria estar aqui esta noite.” O pronunciamento foi inicialmente conciliador, mas Trump não poupou críticas ao seu opositor, destacando a fragilidade atual do Partido Democrata e reafirmando sua determinação em vencer a próxima eleição.
Com a retirada de Biden da corrida eleitoral e a crescente popularidade de Trump, a disputa pela presidência dos Estados Unidos promete ser intensa e cheia de surpresas.
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*Com informações Metrópoles