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Campo Grande: Beto Pereira do PSDB divide a direita e enfrenta desafios na disputa pela Prefeitura
Tucano provoca divisão entre aliados bolsonaristas e enfrenta concorrência acirrada em meio a alianças estratégicas e descontentamento com a gestão atual
22/07/2024 18h15 Atualizada há 1 ano
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Com menos de três meses para as eleições municipais, Campo Grande (MS) se transforma em um verdadeiro campo de batalha político, onde a disputa pela prefeitura está marcada por intensas negociações e troca de alianças entre grandes figuras nacionais. O epicentro dessa disputa é Beto Pereira (PSDB), deputado federal e pré-candidato que agora conta com o maior arco de alianças em torno de sua candidatura. No entanto, a corrida para o comando da capital sul-mato-grossense está longe de ser garantida.

A recente rusga política começou quando o PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, decidiu abandonar o apoio à atual prefeita Adriane Lopes (PP) para apoiar Pereira. A decisão, tomada por Bolsonaro e referendada pelo presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, gerou frustração entre aliados históricos do PP, como a senadora Tereza Cristina (PP/MS) e o senador Ciro Nogueira (PP/PI). “Tínhamos a nossa aliança, mas são estratégias partidárias do PL, sobre as quais não tenho interferência. Continuo e continuarei apoiando a nossa prefeita e candidata Adriane Lopes,” declarou Cristina, expressando sua decepção.

Após a decisão do PL, a candidatura de Beto ganhou força com o apoio do MDB dos ex-governadores André Puccinelli e Simone Tebet, do Podemos da senadora Soraya Thronicke e do PSD do ex-prefeito Nelsinho Trad. Apesar dessa demonstração de força, os tucanos ainda enfrentam desafios. Em 2016, Rose Modesto (PSDB) perdeu a eleição para Marquinhos Trad, e em 2020, Trad foi reeleito no primeiro turno. A última corrida ao governo estadual também mostrou que, mesmo com forte apoio, o desempenho eleitoral pode ser imprevisível.

No cenário atual, Rose Modesto (União Brasil) lidera as pesquisas para a Prefeitura e está buscando alianças, incluindo uma possível com o PRD, fusão dos antigos Patriota e PTB. Rose Modesto relembra sua experiência em 2016 e ressalta que, apesar do apoio amplo, a capacidade de dialogar com o eleitor é crucial. “Não subestimamos nenhum pré-candidato. O eleitor de Campo Grande tem mostrado que o critério de escolha não é apenas apoio e dinheiro, mas quem realmente consegue dialogar com a população,” afirma Modesto.

A atual prefeita, Adriane Lopes, enfrenta uma desaprovação de 53,5% segundo a última sondagem do Paraná Pesquisas. Adriane aposta na força da aliança com o PP e o eleitorado bolsonarista para reverter a situação. “O PL decidiu apoiar o PSDB, mas esqueceram de combinar com o eleitorado da cidade. Vou continuar ao lado do presidente Bolsonaro,” diz a prefeita, que ainda espera reverter a desaprovação com a ajuda de seus aliados e apoio popular.

Com uma corrida eleitoral tão acirrada e uma série de fatores em jogo, a disputa pela prefeitura de Campo Grande promete ser um dos capítulos mais interessantes e disputados da política local em 2024.

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*Com informações Veja