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Reeleição de Maduro enfrenta críticas internacionais e aumenta isolamento diplomático
Líder venezuelano sofre rejeição global enquanto fortalece laços com aliados estratégicos
30/07/2024 08h53
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Apesar da vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais da Venezuela no último domingo (28), o chefe de Estado venezuelano se depara com um cenário de isolamento diplomático mais acirrado do que em seus mandatos anteriores. O resultado das eleições, que confirmou Maduro na presidência contra o candidato da oposição, Edmundo González, foi amplamente contestado por líderes internacionais logo após o anúncio feito pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE).

Autoridades de diversos países, incluindo Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Alemanha, Bélgica, Espanha, Estados Unidos, Itália, Panamá, Peru, Reino Unido, Uruguai, Equador, Guatemala e El Salvador, além da União Europeia, manifestaram seu repúdio ao resultado e exigiram uma apuração transparente dos votos. O novo mandato de Maduro também gerou críticas quanto à liberdade e à confiabilidade do processo eleitoral.

Em seu primeiro discurso após a vitória, Maduro reiterou sua posição de não aceitar interferências externas nos assuntos internos da Venezuela. Como resposta às críticas, o governo venezuelano iniciou um movimento de rompimento diplomático com vários países cujas autoridades questionaram a legitimidade da eleição. Menos de 24 horas após a vitória, a Venezuela exigiu a retirada imediata dos diplomatas e funcionários consulares de Argentina, Chile, Costa Rica, Peru, Panamá, República Dominicana e Uruguai.

Relação tensa com aliados e neutralidade brasileira

Antes do pleito, a comunidade internacional expressou preocupações sobre a liberdade e a confiabilidade das eleições, o que levou Maduro a criticar alguns de seus aliados na América Latina. Ele atacou o Brasil e fez críticas ao sistema eleitoral brasileiro, sem apresentar provas substanciais. Maduro também dirigiu ataques ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sugerindo um “chá de camomila” após Lula expressar inquietação com declarações ameaçadoras de Maduro.

Apesar das críticas, o governo brasileiro adotou uma postura cautelosa e neutra, afirmando que acompanharia “com atenção o processo de apuração” sem contestar ou parabenizar a reeleição de Maduro.

Apoio internacional

Embora grande parte da comunidade internacional tenha rejeitado a reeleição de Maduro, alguns governos reconheceram o triunfo do presidente venezuelano. A Rússia, por meio do Ministério das Relações Exteriores, felicitou Maduro e expressou confiança na continuidade das relações russo-venezuelanas. A China também manifestou disposição para fortalecer a associação estratégica com a Venezuela após a reeleição.

Além disso, outros países como Bolívia, Cuba, Honduras, Irã, Nicarágua, Guiné-Bissau, Sérvia e Honduras também reconheceram a vitória de Maduro nas eleições.

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*Com informações Metrópoles