O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, fez declarações inflamadas nesta quarta-feira (31), acusando Jair Bolsonaro (PL) e outros líderes de direita de pertencerem a uma "ala internacional fascista". Durante uma entrevista coletiva com a imprensa internacional, Maduro comentou sobre os recentes desdobramentos das eleições de domingo (28), que geraram tensão na Venezuela, e insinuou que agentes estrangeiros estariam tentando interferir no país, sem sucesso.

“Quem se mete com a Venezuela falha. A ala internacional fascista: Elon Musk, Bolsonaro, Milei, Noboa, o repressor assassino Bukele, Vox [partido de extrema-direita da Espanha], os narcotraficantes assassinos e sicários da Colômbia Álvaro Uribe e Iván Duque”, declarou Maduro, assegurando que o país encontra-se em paz apesar dos protestos que contestam sua reeleição.

A retórica agressiva de Maduro visa desviar a atenção dos problemas internos da Venezuela, incluindo as acusações de fraude eleitoral e repressão violenta dos manifestantes. Acusar figuras internacionais e líderes de direita, como Bolsonaro, de conspirações contra seu governo, parece ser uma tentativa de reforçar a narrativa de que a Venezuela está sob ataque externo, desviando assim o foco das críticas internas e das irregularidades no processo eleitoral.

Mais cedo, Maduro também acusou o bilionário Elon Musk de ser responsável por um suposto ataque contra o site do Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE). De acordo com Evis Amoroso, presidente do órgão eleitoral, a página do CNE sofreu um ataque contra o sistema de transmissão de dados durante a contagem dos votos das eleições de domingo. Até o momento, o site permanece fora do ar.

A estratégia de Maduro de culpar líderes estrangeiros pelos problemas da Venezuela é uma tática antiga para consolidar seu poder e deslegitimar a oposição interna. As acusações contra Bolsonaro e outros líderes de direita são mais um capítulo nesta tentativa de manter o controle do país, apesar das crescentes críticas e da instabilidade política.