Internacional Críticas
Peru critica Brasil por abstenção na OEA: Ação falha em garantir transparência nas eleições venezuelanas
Ministro peruano denuncia falta de empenho brasileiro e a ausência de apoio internacional para verificar a eleição de Nicolás Maduro
01/08/2024 11h00 Atualizada há 2 meses
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Nesta quarta-feira (31/7), o ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González-Olaechea, lançou duras críticas ao Brasil após o país optar pela abstenção na votação da Organização dos Estados Americanos (OEA) sobre a recente eleição na Venezuela. A resolução, que pedia a apresentação das atas das eleições presidenciais realizadas em 28 de julho, não foi aprovada por apenas um voto, resultando em 17 votos favoráveis, 11 abstenções e 5 ausências.

Críticas à abstenção brasileira

González-Olaechea condenou a abstenção do Brasil como uma demonstração de falta de compromisso com a transparência eleitoral e a democracia na Venezuela. Ele argumentou que, ao se abster, o Brasil deixou de apoiar a verificação dos resultados eleitorais, que alegadamente deram a vitória a Nicolás Maduro. A decisão foi vista como uma omissão significativa em relação à credibilidade do processo eleitoral.

O ministro também criticou a ausência de cinco membros da OEA na sessão extraordinária, afirmando que a falta de participação, até mesmo de forma eletrônica, reflete um desinteresse generalizado pelos processos democráticos na Venezuela.

Contexto da eleição venezuelana

Até o final do dia 31 de julho, o regime de Nicolás Maduro, que proclamou vitória com 51% dos votos, ainda não havia divulgado as atas oficiais das eleições. Em contraste, a oposição venezuelana, liderada por Edmundo González Urrutia, anunciou uma vitória baseada em uma apuração que alegava ter examinado mais de 70% das urnas, sugerindo uma margem de vitória superior à anunciada por Maduro.

Significado da abstenção e implicações

A abstenção do Brasil levanta questões sobre sua postura diplomática e o papel do país na promoção da democracia na América Latina. A decisão de não se posicionar claramente, alinhando-se a outros 10 países que também se abstiveram, foi criticada como uma oportunidade perdida para promover maior transparência no processo eleitoral venezuelano.

González-Olaechea expressou frustração com a falta de unidade entre os membros da OEA para enfrentar a crise na Venezuela. Ele destacou que a ausência de apoio a uma investigação detalhada das eleições é um retrocesso para os esforços democráticos na região.

Polarização e necessidade de ação coletiva

O resultado da votação na OEA, com 17 votos a favor e a necessidade de apenas um voto adicional para aprovar a resolução, demonstra a polarização e a falta de consenso entre os Estados membros sobre a situação na Venezuela. A postura de países como o Brasil é vista como uma oportunidade perdida para fortalecer mecanismos de democracia e transparência na região.

A crítica de Javier González-Olaechea ao Brasil e a outros países que não apoiaram a resolução reflete uma frustração com a falta de ação decisiva em um momento crítico para a democracia venezuelana. A situação continua a exigir um esforço coordenado da comunidade internacional para garantir eleições justas e transparentes, com maior compromisso de todos os envolvidos.

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*Com informações O Antagonista