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Mercado global enfrenta queda abrupta: Dólar e bolsas sentem efeito da "segunda sinistra"
Aversão ao risco abala economia mundial com fortes oscilações no Brasil e no exterior
05/08/2024 12h19
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Nesta segunda-feira (5), os mercados financeiros globais vivenciaram uma manhã marcada por uma clara aversão ao risco, resultando em fortes oscilações nas principais praças econômicas. No Brasil, o dólar teve uma alta expressiva, sendo cotado a R$ 5,86 na abertura do mercado, uma elevação de 2,4%. Às 11h30, o valor do dólar recuou para R$ 5,80. Paralelamente, a Bolsa brasileira (B3) enfrentou uma queda significativa de 1,14%, situando-se aos 124.422 pontos.

O cenário não foi diferente em outros mercados ao redor do mundo. A Bolsa de Tóquio registrou uma queda dramática de 12,4%, o maior declínio desde 1987. Na Coreia do Sul, a baixa foi de 8,8%. A situação reflete a fragilidade dos ativos de renda variável, como as ações de empresas, que têm sido fortemente impactados.

A avaliação da Ativa Investimentos indica que, apesar da magnitude da reversão, não há gatilhos claros que justifiquem tamanha volatilidade. No entanto, diversos fatores contribuem para explicar essa "segunda sinistra" nos mercados internacionais.

Um dos principais fatores é a crescente perspectiva de recessão na economia americana, que ganhou força após a divulgação de um relatório sobre o mercado de trabalho nos EUA. O relatório revelou um aumento no desemprego, que subiu de 4,1% em junho para 4,3% em julho, o maior índice desde outubro de 2021. Além disso, o crescimento dos salários foi menor do que o esperado, segundo Helena Veronese, economista-chefe da corretora B.Side.

Com a baixa na atividade econômica, o banco Goldman Sachs elevou de 15% para 25% as chances de recessão nos EUA, enquanto o JPMorgan estima a possibilidade em 50%. Esses números indicam uma incerteza significativa sobre a direção futura da economia americana.

Outro fator relevante é o recente aumento na taxa de juros anunciado pelo Banco do Japão (BoJ), que elevou a taxa para 0,25%, comparado à faixa anterior de 0% a 0,1%. A decisão também incluiu a redução nas compras de títulos do governo, exercendo pressão adicional sobre os ativos globais.

Esses elementos negativos têm um impacto direto no dólar, que se torna um porto seguro para investidores em momentos de aversão ao risco, resultando na valorização da moeda americana.

O que esperar a partir de agora? Helena Veronese, da B.Side, sugere que o mercado está no "auge do movimento de estresse". Ela destaca que, embora os dados econômicos dos EUA não indiquem uma recessão iminente, eles mostram uma desaceleração controlada. Veronese recomenda calma e a espera por novos dados para avaliar se a economia está apenas esfriando ou se está caminhando para uma recessão mais acentuada.

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*Com informações Metrópoles