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Nicolás Maduro suspende rede social X na Venezuela por 10 dias
Medida levanta questões sobre liberdade de expressão e impacto nas comunicações do país
09/08/2024 08h23
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Nesta quinta-feira (8), o presidente venezuelano Nicolás Maduro ordenou a suspensão da rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, por um período de 10 dias. A medida foi tomada para que a empresa, de propriedade do magnata sul-africano Elon Musk, apresente "documentos" às autoridades venezuelanas.

Durante um discurso, Maduro afirmou que a rede social, agora chamada X, "incitou ódio, fascismo, guerra civil e morte", alegando que a plataforma tem violado normas e gerado conflitos entre os venezuelanos. O presidente também mencionou que a empresa violou as leis venezuelanas e que a lei será respeitada. "A empresa de Musk violou todas as leis da Venezuela. Por isso, assinei um decreto com a proposta da Conatel, a Comissão Nacional de Telecomunicações, que decidiu suspender a rede social X por 10 dias na Venezuela", declarou Maduro.

A suspensão da rede social X na Venezuela vem levantando muitas questões sobre a liberdade de expressão e o impacto dessa decisão nas comunicações do país. Com a ausência da plataforma X, diversos usuários e influenciadores políticos terão que buscar alternativas para se comunicar e mobilizar seus seguidores. Essa busca por soluções alternativas pode afetar diretamente o fluxo de informações e a dinâmica social no país durante esse período.

Reações internacionais

O embaixador dos Estados Unidos na OEA, Francisco Mora, advertiu nesta quinta-feira que Nicolás Maduro enfrentará uma pressão internacional "imaginável" caso detenha os líderes opositores María Corina Machado e Edmundo González Urrutia. Mora, em declaração ao Atlantic Council, um centro de estudos em Washington, ressaltou que tal ação poderia mobilizar a comunidade internacional de formas inesperadas para Maduro.

Francisco Mora apontou que os Estados Unidos prepararam uma resposta rigorosa, que pode incluir ações específicas na OEA. Países como Argentina, Peru, Equador e Uruguai também se alinharam contra possíveis abusos do governo de Maduro. Até mesmo aliados tradicionais de Maduro, como o Brasil, pressionaram por mais transparência nos processos eleitorais venezuelanos.

Transparência eleitoral

Brasil, Colômbia e México, que buscam mediar uma solução para a crise na Venezuela, reiteraram nesta quinta-feira a importância da divulgação dos resultados das eleições presidenciais de 28 de julho de 2024. Os ministros das Relações Exteriores desses países solicitaram ao Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) a apresentação detalhada dos resultados por mesa de votação. Os líderes também pediram uma divulgação transparente dos resultados e a verificação imparcial dos mesmos, reforçando a necessidade de respeito à soberania popular e aos direitos humanos.

Expectativas para os próximos dias

Com a suspensão da rede social X, os próximos dias prometem ser cruciais para o desenrolar da situação na Venezuela. A expectativa é que a empresa de Elon Musk apresente os documentos exigidos dentro do prazo estipulado, evitando um prolongamento da suspensão.

Enquanto isso, a comunidade internacional continuará a monitorar de perto os desdobramentos, especialmente no que diz respeito à transparência eleitoral e ao tratamento dos líderes opositores. A tensão permanece alta, e a necessidade de uma resolução pacífica e democrática é mais urgente do que nunca.

A suspensão da rede social X na Venezuela por Nicolás Maduro é um evento significativo que destaca questões de liberdade de expressão, impacto social das redes sociais e a complexa teia de relações internacionais envolvidas na crise venezuelana. Espera-se que os próximos passos sejam dados de maneira transparente e justa, para o bem do povo venezuelano e da estabilidade da região.

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*Com informações Terra Brasil