Internacional Redes sociais
Maduro inicia ofensiva contra redes sociais após eleição controversa
Presidente venezuelano bloqueia plataformas digitais e propõe regulação nacional em meio a protestos mortais
13/08/2024 08h25
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Após uma vitória eleitoral contestada pela oposição e parte da comunidade internacional, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, lançou uma ofensiva contra as redes sociais, que ele acusa de fomentar o caos no país com o objetivo de derrubar o chavismo do poder. Esta medida vem na esteira de protestos massivos nas ruas venezuelanas, resultando em 25 mortes, com manifestantes que não reconhecem a vitória de Maduro em um pleito marcado por falta de transparência e suspeitas de fraude.

Bloqueios e acusações

Os primeiros alvos de Maduro foram as plataformas TikTok e Instagram, acusadas de "dividir os venezuelanos" e "trazer o fascismo" para o país. Posteriormente, Maduro incentivou seus apoiadores a desinstalar o WhatsApp, afirmando que o aplicativo estava sendo usado para ameaçar a Venezuela. Na última semana, o presidente venezuelano intensificou suas ações e ordenou o bloqueio da rede social X (anteriormente Twitter) por dez dias.

“Ele argumenta que as redes sociais estão sendo usadas pela oposição, que trabalham em conjunto com atores internacionais e com os interesses imperialistas dos Estados Unidos, para incentivar manifestações que estão causando mortes no país”, explica a analista de política internacional Stephanie Braun. “Por isso, a retórica por parte do governo é a de que se as pessoas pararem de usar as redes sociais, essa onda de manifestações e conflitos no país diminuirá”.

Proposta de regulação

Na segunda-feira (12), Jorge Rodríguez, presidente do Parlamento da Venezuela, anunciou que a partir desta terça-feira (13) será iniciada uma regulação nacional das redes sociais, conforme solicitado por Maduro. “A Venezuela precisa regular o funcionamento das redes sociais”, declarou Rodríguez em um evento com a presença do atual presidente. “Vamos nos dedicar à tarefa de aprovar um pacote de leis que o senhor [Maduro] solicitou para poder cuidar e defender nossa população do ódio, das expressões de ódio social, do terrorismo e da disseminação de ideias fascistas e de ódio nas redes sociais”.

Implicações e reações

A medida, vista como uma tentativa de silenciar a oposição e controlar a narrativa pública, já provoca reações dentro e fora da Venezuela. Observadores internacionais e defensores dos direitos humanos alertam para o risco de uma maior repressão e censura, agravando a crise política e social no país.

Enquanto Maduro prossegue com sua ofensiva contra as plataformas digitais, a Venezuela continua imersa em uma onda de manifestações e tensões, com a comunidade internacional atenta aos desdobramentos desta nova fase de controle governamental sobre a liberdade de expressão e comunicação no país.

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*Com informações Metrópoles