A presidente do Peru, Dina Boluarte, não virá ao Brasil para a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1º de janeiro, uma vez que o governo ainda depende da aprovação de um projeto que propõe que o chefe do Congresso a substitua em caso de viagem ao exterior.

O ministro da Justiça, José Tello, anunciou na quarta-feira (28) que “a presidente da República não vai viajar para a posse de Lula no Brasil”, porque o governo está “pendente do debate” no Congresso sobre o projeto de resolução legislativa apresentada pelo Executivo.

Esse projeto propõe que Boluarte possa ser substituída no cargo temporariamente pelo presidente do Congresso, José Williams, caso precise viajar para o exterior. A iniciativa gerou polêmica durante o debate na Comissão de Constituição e foi adiada.

Como Boluarte era vice-presidente do ex-presidente Pedro Castillo - preso por tentativa de golpe ao país - não há atualmente nenhum responsável, eleito por voto popular, que possa assumir a presidência da República.

A presença de Boluarte na posse de Lula havia sido descrita como “muito importante” pelo próprio ministro da Justiça e pela chanceler, Ana Cecilia Gervasi, pela necessidade de restabelecer a presença do Peru no cenário internacional.

Impeachment de Pedro Castillho

Dina Boularte, vice-presidente, assumiu a presidência logo após denunciar Pedro Castillo - amigo de Lula - por "um golpe de Estado" no país. Castillo anunciou à nação que iria dissolver o Congresso Nacional e instituir um "governo de emergência excepcional" a fim de convocar novas eleições e, posteriormente, mudar a Constituição do país.

Logo após seu anúncio, foi preso após a aprovação do impeachment por "incapacidade moral", e ainda não foi solto.

"Como todos sabemos, foi produzida uma tentativa de golpe de estado, promovida pelo senhor Pedro Castillo [...] Este Congresso da República, atendendo ao mandato constitucional, tomou uma decisão, e é meu dever atuar em consequência", disse Dina Boluarte, presidente do Peru.