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Lula evita repetir erro de Dilma e deixa escolha do novo presidente da Câmara nas mãos do Congresso
Em reunião com líderes partidários, presidente garante que não intervirá nas eleições do Congresso e enfrenta críticas pela sua atuação em disputas municipais
28/08/2024 10h18 Atualizada há 1 ano
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (26) que não repetirá o erro da ex-presidente Dilma Rousseff, que apoiou um candidato na eleição da Câmara dos Deputados em 2015 e acabou prejudicada por sua escolha. Em um encontro no Palácio do Planalto com líderes de 19 partidos da base aliada, Lula garantiu que não interferirá na eleição do novo presidente da Câmara, que está marcada para fevereiro de 2025.

Lula argumentou que a intervenção presidencial nas eleições do Congresso costuma ter resultados desastrosos, citando o exemplo da eleição de Eduardo Cunha, que se tornou um adversário de Dilma e autorizou a abertura do impeachment contra ela. Ele reafirmou que o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), tem o direito de escolher seu sucessor sem pressões externas.

O presidente recebeu os pré-candidatos Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Brito (PSD-BA) durante a reunião, onde Nascimento expressou sua lealdade a Lira e prometeu desistir da disputa se não conseguir convencer o atual presidente da Câmara sobre sua candidatura. Apesar disso, fontes indicam que Nascimento ainda não desistiu da corrida.

Lula também abordou a situação no Senado, onde a vitória de Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para a presidência da Comissão de Constituição e Justiça é considerada certa, com o apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). A discussão sobre as emendas parlamentares e o relacionamento com o Congresso são cruciais para o governo, que precisa de apoio para a votação de reformas importantes, como a reforma tributária.

A relação entre Lula e o Congresso, porém, não está isenta de tensões. A participação do presidente na convenção de Evandro Leitão (PT) em Fortaleza, um reduto do PDT, provocou desconforto entre os pedetistas, que interpretaram o ato como uma afronta. O presidente do PDT, André Figueiredo, manifestou preocupações sobre a permanência do partido na base aliada de Lula.

Após a reunião, Lula conversou com Figueiredo e afirmou que sua participação em eventos locais foi motivada por pressões internas do PT. Ele reiterou seu respeito pelo PDT, apesar das críticas que seu envolvimento nas disputas eleitorais causou.

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*Com informações Jovem Pan