Política Combustível
Congresso pressiona Lula sobre isenção de combustíveis após críticas de Bolsonaro
Impostos sobre combustíveis foram prorrogadas por 30 à 60 dias
31/12/2022 16h30 Atualizada há 3 anos
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Haddad tenta encurtar o prazo de validade da desoneração

Pressionado pelo congresso, Luiz Inácio Lula da Silva resolveu prorrogar o aumento de impostos federais sobre os combustíveis, por um período de 30 à 60 dias, através de uma medida provisória que será editada pelo petista logo após a sua posse.

O congresso resolveu pressionar Lula sobre isenção de impostos, após o presidente Jair Bolsonaro criticar o governo petista em sua live, e também, as críticas do atual ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, sobre o aumento de preços dos combustíveis. Ambos demonstraram indignação com o Governo da Gastança.

O prazo é a tentativa para uma saída acordada entre a equipe econômica e o núcleo politico entorno de Lula.

Os maiores prejudicados serão os caminhoneiros, que devem promover alguma paralisação caso aumentem o preço do diesel, e consequentemente, afetará a economia do país, que fomenta o agronegócio.

Nesta sexta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, afirmou a aliados que o problema seria resolvido. Horas depois, circulou entre parlamentares a informação que o governo Lula iria desistir da ideia de suspender a medida dos combustíveis, a partir de 1º de janeiro.

A escolha pela renovação da desoneração já é considerada a primeira derrota política de Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, para Gleisi Hoffmann, presidente do PT.

Com isso gerou um atrito entre o grupo comandado por Hoffman e a equipe de Haddad, que é contra a prorrogação das isenções, foi mal recebido pelos assessores econômicos do futuro ministro.

No debate interno entre Lula e seus aliados mais próximos, há pressão para que o novo governo prorrogue o benefício sem prazo determinado.

Haddad, trabalha para convencer o presidente eleito que o melhor a fazer é encurtar a validade da desoneração para ganhar tempo até que o mapeamento da situação fiscal esteja mais avançado.

O líder do governo, Randolfe Rodrigues, defendeu que a equipe de Lula avaliasse os custos políticos e sociais do assunto.

“Nós não podemos correr o risco, por circunstâncias de toda natureza, de tomar medida abrupta nesse sentido. Uma medida, nesse sentido, deve ser no mínimo escalonada, dialogada, não podemos de um momento para outro suspender a desoneração. Isso traria consequências políticas e, sobretudo, traria neste momento de debilitadas social traria também consequências sociais”, disse.

Cálculos feitos por economistas do mercado estimam uma alta de até R$ 0,89 por litro de gasolina e R$ 0,35, no diesel.

A equipe econômica do novo governo precisa arrecadar R$ 52 bilhões, e com isso, por fim nas isenções de impostos criadas pelo presidente Jair Bolsonaro. O governo petista inicia o mandato com estouro no teto de gastos, sendo assim, quem paga a conta é o povo brasileiro.