Política Sucessão
Bolsonaristas condicionam sucessão na Câmara à anistia dos envolvidos nos atos de 8 de janeiro: Pressão aumenta sobre Lira
PL que propõe anistia enfrenta resistência no Centrão e pode ser declarado inconstitucional pelo STF; apoio ao sucessor de Lira está em jogo
10/09/2024 08h50
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Deputados bolsonaristas querem condicionar o apoio ao sucessor do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP/AL), à aprovação de um projeto de lei que anistia os responsáveis pelos atos de invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, ocorridos em 8 de janeiro de 2023. O projeto é visto como uma das principais bandeiras dos apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro no Congresso e está na pauta da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. A relatoria do projeto é do deputado Rodrigo Valadares (União/SE), alinhado ao ex-presidente, que já declarou apoio à proposta.

A deputada Caroline de Toni (PL/SC), presidente da CCJ e integrante da bancada bolsonarista, prometeu colocar o projeto em votação na sessão de hoje. Durante uma manifestação em São Paulo, o deputado Nikolas Ferreira (PL/MG) afirmou que a extrema direita só apoiará o candidato indicado por Lira para a sucessão na presidência da Câmara caso o projeto de anistia seja aprovado.

Entretanto, o Centrão demonstra resistência ao texto, temendo repercussões negativas junto ao eleitorado. Caso o PL passe na CCJ, é provável que o Supremo Tribunal Federal (STF) seja acionado para declarar sua inconstitucionalidade. Paralelamente, parlamentares bolsonaristas, como o deputado Sargento Gonçalves (PL/RN) e o deputado Coronel Ulysses (União/AC), aumentam a pressão por um pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes, do STF, acusando-o de abuso de poder e perseguição política.

Enquanto isso, Arthur Lira ainda não manifestou apoio público a nenhum dos candidatos à sua sucessão. Inicialmente inclinado a apoiar Elmar Nascimento (União/BA), Lira recuou após Hugo Motta (Republicanos/PB) entrar na corrida, mantendo-se em silêncio sobre sua escolha. Antonio Brito (PSD/BA) também é um dos postulantes ao cargo. A disputa pela presidência da Câmara promete ser acirrada, com os bolsonaristas buscando impor suas condições para a sucessão no comando da Casa.

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*Com informações Correio Braziliense