Economia Medicamentos
Alta do dólar pressiona preços de medicamentos para hospitais em agosto
Economista da Fipe aponta desvalorização do real como fator que contribui para a elevação dos preços no setor
11/09/2024 12h03
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Em agosto, os preços dos medicamentos para hospitais tiveram um aumento inesperado de 0,13%, contrariando a tendência histórica de queda para o mês. Segundo Bruno Oliva, economista e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a desvalorização do real frente ao dólar pode ter sido um fator importante para esse aumento. Durante o mesmo período, a taxa de câmbio subiu 0,19%, conforme dados do Banco Central.

Oliva, responsável pelo Índice de Preços de Medicamentos para Hospitais (IPM-H), desenvolvido pela Fipe, observou que a alta dos preços dos medicamentos ocorreu após um recuo de 0,19% em julho. Este aumento também se deu em um contexto de deflação de 0,02% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e uma elevação de 0,29% no Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M).

Os grupos terapêuticos que mais sofreram com o aumento de preços foram: aparelho geniturinário – urinário e reprodutivo (5,49%); aparelho digestivo e metabolismo (4,37%); e sistema nervoso (0,45%). Em contraste, medicamentos para o aparelho respiratório tiveram uma queda de 3,22%.

No acumulado de janeiro a agosto, o IPM-H registrou uma valorização de 3,81%, com destaque para o aumento significativo nos grupos de aparelho digestivo e metabolismo (12,83%) e aparelho geniturinário (11,56%). Apenas o grupo sangue e órgãos hematopoiéticos apresentou queda (-1,01%).

Oliva explica que a alta de agosto diverge das expectativas sazonais e sugere que a recente valorização do dólar, aliada ao aquecimento da economia, pode ter pressionado os preços. O economista também destaca que o aumento da demanda por medicamentos pode facilitar o repasse de custos pelos fornecedores para os hospitais e consumidores.

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*Com informações Agência Estado