Política Auxílio-gás
Governo Lula sob crítica: Novo auxílio-gás desrespeita Lei de Responsabilidade Fiscal, aponta Câmara
Consultoria da Câmara denuncia irregularidades no projeto do auxílio-gás, gerando novas polêmicas sobre execução orçamentária
18/09/2024 12h08
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Uma nota técnica redigida pela Consultoria de Orçamento e Fiscalização Financeira da Câmara dos Deputados lançou uma crítica contundente ao projeto de lei do novo auxílio-gás criado pelo governo Lula. O documento, divulgado nesta terça-feira (17), aponta que o projeto fere a Lei de Responsabilidade Fiscal e princípios legais de execução orçamentária.

Assinado pelo presidente Lula em 26 de agosto, o projeto visa criar uma nova modalidade de auxílio-gás, a ser bancada por uma complexa triangulação de recursos que não passa pelo Orçamento Federal. Segundo a proposta, os revendedores cadastrados na Agência Nacional de Petróleo concederiam descontos diretamente aos beneficiários durante a venda do gás, sendo o pagamento desses descontos feito com recursos da Caixa Econômica Federal, provenientes do Fundo Social do pré-sal.

Com um potencial eleitoral significativo para 2026, o projeto pretende ampliar o número de beneficiários de cerca de 5,6 milhões para 20 milhões em 2025. O custo total do programa está estimado em R$ 5 bilhões para 2025 e pode alcançar R$ 13,6 bilhões em 2026.

No entanto, a forma como os recursos são operacionalizados, segundo a nota técnica, configura uma tentativa de "atalho fiscal" ou contabilidade criativa. A consultoria critica o desrespeito aos seguintes princípios legais:

Além disso, o documento critica a ausência de estimativa de impacto do projeto, considerada essencial para a viabilidade orçamentária e financeira.

A nota técnica da Câmara contrasta com a Exposição de Motivos assinada pelo presidente, que alegava que o projeto era "meramente autorizativo" e não implicaria em redução de receita pública, conforme o art. 135 da LDO 2024.

Os Ministérios da Fazenda e de Minas e Energia ainda não se manifestaram sobre as críticas levantadas. O projeto aguarda designação de relator na Câmara para prosseguir sua tramitação.

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*Com informações CNN