Durante a sessão inaugural da 79ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) em Nova York, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma declaração contundente contra “indivíduos, corporações ou plataformas digitais que se julgam acima da lei”, em um claro eco à recente suspensão do X (antigo Twitter) no Brasil por ordem judicial.
Lula ressaltou que a defesa da democracia exige vigilância constante frente a “investidas extremistas, messiânicas e totalitárias” que disseminam ódio e intolerância. Embora não tenha citado diretamente nomes ou plataformas, sua fala se alinha com as tensões atuais em relação à liberdade de expressão e à regulamentação das redes sociais no país.
“No Brasil, a democracia precisa responder às legítimas aspirações dos que não aceitam mais a fome, a desigualdade, o desemprego e a violência”, enfatizou. O presidente repudiou a ideia de buscar soluções em “falsos patriotas e isolacionistas” ou em “experiências ultraliberais”, que, segundo ele, apenas agravam a crise em um continente já empobrecido.
Lula defendeu a construção de um “Estado sustentável, eficiente e inclusivo”, que não se intimide diante de pressões externas e que respeite a soberania nacional, incluindo o direito de legislar e julgar disputas no ambiente digital. Ele enfatizou que “a liberdade é a primeira vítima de um mundo sem regras”, sublinhando a necessidade de um Estado que atue em defesa dos mais vulneráveis sem abrir mão de fundamentos macroeconômicos saudáveis.
Ao concluir seu discurso, Lula reforçou a importância de um Estado que escute e atenda às necessidades da população, desafiando a narrativa de que há uma oposição irreconciliável entre o Estado e o mercado. A mensagem, clara e incisiva, não só ressoou no contexto da assembleia, mas também trouxe à tona as complexas dinâmicas entre poder estatal e digital em tempos de crise.
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*Com informações Metrópoles