Associações que representam setores cruciais da economia brasileira, como internet, bares e restaurantes, levantaram um alerta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre os riscos do fim do saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). Em uma carta contundente, Abranet, Abrasel e Zetta destacam que essa medida pode ser devastadora para milhões de trabalhadores, especialmente os negativados, que dependem desse recurso para quitar dívidas com juros abusivos.
Com 75% dos usuários do saque-aniversário enfrentando restrições financeiras, o documento enfatiza que a eliminação dessa opção pode resultar em uma drástica diminuição do consumo, reduzindo a circulação de dinheiro no mercado e, por conseguinte, prejudicando setores já fragilizados. Paulo Solmucci, presidente executivo da Abrasel, ressalta que “tirar essa linha de crédito significa sacrificar uma parcela enorme da população, que não encontrará alternativas viáveis no mercado.”
O comunicado não se limita a contestar a proposta; também questiona a alegação de que o saque-aniversário compromete a aquisição de imóveis. O fundo do FGTS, que cresceu 40% entre 2020 e 2024, alcançando R$ 739 bilhões, revela uma realidade que contradiz essa narrativa. Em vez de extinguir um benefício essencial, as associações sugerem aperfeiçoamentos, como a flexibilização das regras de saque após demissões.
Lula já deu o sinal verde para o projeto que visa acabar com essa modalidade de saque, que deve ser enviado ao Congresso após as eleições. No entanto, essa proposta enfrenta forte resistência entre parlamentares e especialistas, incluindo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, que reconhece a importância do FGTS como uma rede de proteção para os trabalhadores.
A nova proposta de crédito consignado, que permitirá aos trabalhadores usar o FGTS como garantia em caso de demissão, é vista como insuficiente para cobrir as necessidades atuais da população. Marinho reconhece a necessidade de diálogo e melhorias, mas as mudanças propostas não parecem atender à urgência e à gravidade da situação.
As associações estão dispostas a discutir soluções que possam salvaguardar os direitos dos trabalhadores e fortalecer sua saúde financeira. Ignorar esse chamado pode ser um erro que repercutirá negativamente na economia do país, intensificando a crise enfrentada por muitos brasileiros.
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*Com informações R7