Ao contrário do que Luiz Inácio Lula da Silva prometeu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, ao dizer que seria contra o aborto, em uma tentativa de convencer os eleitores cristãos que o seu governo protegeria os não nascidos, a sua ministra das Mulheres, Aparecida Gonçalves, é a favor de cometer crimes contra a vida ao dizer que "o aborto é questão de saúde pública".
Aparecida, ainde teve a coragem de dizer que não poupará esforços para enfrentar a resistência do Congresso - "o que for possível avançar, nós vamos avançar", declarou.
"Para nós a questão do aborto é uma questão de saúde pública. É importante pensar que nós estamos terminando um ano em que o Estatuto do Nascituro estava aí no Congresso e nós quase perdemos. Se nós tivéssemos perdido ali naquele debate, o aborto teria sido encerrado de todas as formas. O que for possível avançar, nós vamos avançar. Agora se for para retroceder é melhor a gente assegurar o que está garantido em leis", disse a ministra.
A cientista política nomeada a ministra da Saúde, Nísia Trindade, também afirmou que vai lutar pelos "direitos reprodutivos da mulher", um eufemismo para o aborto.
Em abril de 2022, Lula chegou a defender que o brasileiro pudesse fazer aborto "sem vergonha" e que o procedimento deveria ser transformado em uma questão de saúde pública no Brasil. Com a repercussão negativa, mudou o discurso poucos dias depois do primeiro turno. Pesquisa de setembro apontou que 70% dos brasileiros são contrários à legalização do aborto.
No Brasil, o aborto é crime e só não é passível de punição em casos de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher ou anencefalia do feto. Em 2022, deputados de esquerda provocaram confusões, bate-boca e entraves para barrar o Projeto de Lei 478 de 2007, que trata do Estatuto do Nascituro e do respeito à vida desde a concepção.
A presença de deputadas feministas no debate dificultou o avanço da proposta e, por isso, a votação em comissão foi adiada.