Política Aborto
Ministra das Mulheres é contra Defesa da Vida de nascituro
Aparecida declara que não poupará esforços para enfrentar resistência do Congresso
03/01/2023 15h51 Atualizada há 3 anos
Por:
No Brasil, o aborto é crime e só não é passível de punição em caso de estupro

Ao contrário do que Luiz Inácio Lula da Silva prometeu às vésperas do segundo turno das eleições de 2022, ao dizer que seria contra o aborto, em uma tentativa de convencer os eleitores cristãos que o seu governo protegeria os não nascidos, a sua ministra das Mulheres, Aparecida Gonçalves, é a favor de cometer crimes contra a vida ao dizer que "o aborto é questão de saúde pública".

Aparecida, ainde teve a coragem de dizer que não poupará esforços para enfrentar a resistência do Congresso - "o que for possível avançar, nós vamos avançar", declarou.

"Para nós a questão do aborto é uma questão de saúde pública. É importante pensar que nós estamos terminando um ano em que o Estatuto do Nascituro estava aí no Congresso e nós quase perdemos. Se nós tivéssemos perdido ali naquele debate, o aborto teria sido encerrado de todas as formas. O que for possível avançar, nós vamos avançar. Agora se for para retroceder é melhor a gente assegurar o que está garantido em leis", disse a ministra.

A cientista política nomeada a ministra da Saúde, Nísia Trindade, também afirmou que vai lutar pelos "direitos reprodutivos da mulher", um eufemismo para o aborto.

Em abril de 2022, Lula chegou a defender que o brasileiro pudesse fazer aborto "sem vergonha" e que o procedimento deveria ser transformado em uma questão de saúde pública no Brasil. Com a repercussão negativa, mudou o discurso poucos dias depois do primeiro turno. Pesquisa de setembro apontou que 70% dos brasileiros são contrários à legalização do aborto.

No Brasil, o aborto é crime e só não é passível de punição em casos de gravidez decorrente de estupro, risco à vida da mulher ou anencefalia do feto. Em 2022, deputados de esquerda provocaram confusões, bate-boca e entraves para barrar o Projeto de Lei 478 de 2007, que trata do Estatuto do Nascituro e do respeito à vida desde a concepção.

A presença de deputadas feministas no debate dificultou o avanço da proposta e, por isso, a votação em comissão foi adiada.