O Republicanos, legenda com forte vínculo à Igreja Universal do Reino de Deus, foi a grande surpresa das eleições municipais deste ano. Em apenas quatro anos, o partido mais que dobrou o número de prefeituras sob sua administração, saltando de 216 para 439 cidades governadas, um crescimento impressionante de 103%. Com esse avanço meteórico, a sigla subiu quatro posições no ranking das que mais elegeram prefeitos, tornando-se a sexta maior força política municipal do Brasil.
Esse crescimento não apenas destaca a relevância do Republicanos, mas também reforça o poder de influência da Igreja Universal no cenário político brasileiro. A denominação religiosa tem sido uma peça-chave no fortalecimento do partido, fornecendo uma base eleitoral sólida e engajada. Enquanto siglas tradicionais como PSDB e PDT enfrentaram uma queda expressiva de suas prefeituras — com o PSDB perdendo 49% e o PDT 53% —, o Republicanos aproveitou o desgaste de seus adversários e expandiu sua presença em diversas regiões do país.
A ascensão do Republicanos se refletiu também nas capitais. Embora o partido tenha conquistado apenas uma capital entre as 11 que não terão segundo turno, seu avanço em municípios médios e pequenos foi decisivo para seu fortalecimento. Esse crescimento revela uma estratégia de expansão que mira em cidades de menor porte, mas com alto impacto político e econômico em suas respectivas regiões.
Enquanto partidos como PSD, MDB e PP mantiveram um crescimento moderado, o Republicanos surpreendeu ao ultrapassar legendas mais consolidadas como o PT e PSB, que também tiveram aumento, mas em escala muito inferior. O PL, outro partido com forte base conservadora, também apresentou crescimento expressivo de 50%, mas ainda ficou atrás do desempenho avassalador do Republicanos.
Veja a evolução dos dez partidos com mais prefeituras no Brasil em comparação a 2020:
Além disso, o Avante, outro partido que se destacou, passou de 81 para 136 prefeituras, um crescimento de 67%.
O resultado destas eleições também evidenciou o declínio de partidos que, historicamente, tiveram grande protagonismo nas gestões municipais. O PSDB, por exemplo, que governava 531 cidades em 2020, viu esse número despencar para 273, uma queda de 49%. O PDT, outro partido em declínio, passou de 318 prefeituras para apenas 150, uma redução de 53%.
Esses resultados refletem o desgaste das legendas tradicionais, que enfrentam dificuldades em renovar suas bases e se conectar com o eleitorado atual. O crescimento de partidos como Republicanos e PL sugere uma mudança no cenário político brasileiro, com o fortalecimento de siglas que carregam bandeiras mais conservadoras e próximas a grupos religiosos.
Com esse resultado expressivo, o Republicanos se posiciona como uma força emergente que pode influenciar o futuro das eleições no Brasil. O partido tem se destacado não apenas por sua ligação com a Igreja Universal, mas também por seu apelo entre eleitores que buscam alternativas às legendas tradicionais. Esse avanço pode ter implicações significativas nas eleições gerais de 2026, à medida que o Republicanos consolida sua base de apoio e expande sua presença no cenário político nacional.
A sigla, que antes era vista como uma força menor nas disputas municipais, agora se coloca em pé de igualdade com gigantes como MDB, PSD e União Brasil. O desafio daqui para frente será manter esse ritmo de crescimento e consolidar-se como uma alternativa viável para as eleições estaduais e nacionais.
O cenário que emerge dessas eleições mostra que o Republicanos veio para ficar, e seu crescimento acentuado não pode mais ser ignorado pelos rivais. Com uma base sólida, apoio religioso e um discurso alinhado a setores conservadores, o partido entra em um novo patamar de relevância na política brasileira, desafiando a hegemonia de legendas que por décadas dominaram as prefeituras do país.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e acesse nossas redes sociais.
*Com informações Metrópoles