Aparecida Gonçalves assumiu, ontem (3), o novo Ministério das Mulheres, criado pelo petista Lula a partir do desmembramento do Ministério da Mulher, da Família e Direitos Humanos (MMFDH), criado no governo do presidente Jair Bolsonaro para fortalecer e preservar os valores familiares.
Com essa nova composição de ministérios, o Governo Lula excluiu o "Direito da Família", que compunha o MMFDH, que deu lugar ao Ministério das Mulheres e o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania, a ser chefiado pelo advogado e filósofo Sílvio Almeida.
A nova ministra mal começou sua administração e achou pouco os R$ 23 milhões inseridos no planejamento do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes, no Governo Bolsonaro.
Ela quer muito mais, e disse que não vai poupar esforços para reivindicar mais dinheiro para a pasta, em uma cerimônia com as ministras: Marina Silva (Meio Ambiente), Margareth Menezes (Cultura), Anielle Franco (Igualdade Racial), Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Esther Dweck (Gestão).
“O projeto de lei orçamentária enviado [pela equipe do ex-ministro da Economia, Paulo Guedes] ao Congresso, em 2022, previu R$ 23 milhões para as ações agora sob a responsabilidade deste ministério, o que representa apenas 10% dos valores [destinados ao setor] no orçamento de 2015”, declara.
Aparecida disse que vai pleitear o aumento de gastos no Orçamento Público do Governo Petista: “Ainda não é o suficiente, mas com o conhecimento de que sem verba não é possível realizar política pública, estaremos sempre trabalhando pelo aumento do orçamento público”, disse a atual ministra.
Quem é Aparecida Gonçalves?
Segundo ela, o próprio nome da pasta, com o emprego do substantivo mulheres no plural, representa o reconhecimento do atual governo à pluralidade.
“[Falar em] família no singular é um ataque à diversidade brasileira e à centralidade das mulheres enquanto foco de elaboração e implementação das políticas públicas. Há famílias plurais [no Brasil] e este é um ministério que as reconhece e as acolhe”, declarou, convocando os demais membros do governo federal a pensar em ações conjuntas que possam ser anunciadas no próximo dia 8 de março, quando se comemora o Dia Internacional da Mulher.
“Será um desafio e um marco deste governo para a efetivação da transversalidade [das ações destinadas às mulheres]. Conclamo todas as ministras e ministros para que elaboremos ações concretas que o presidente da República possa anunciar no próximo 8 de março”, concluiu a ministra.