Política Reorganização
Gleisi Hoffmann é deslocada e Lula prepara o PT para o centro da política brasileira
Com a ascensão de Edinho Silva, o partido busca reposicionar-se em um cenário eleitoral complicado e minimizar as perdas de 2024
16/10/2024 12h22
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

A deputada federal Gleisi Hoffmann, atual presidente nacional do PT, está prestes a ser deslocada para um novo cargo dentro do governo, embora ainda não se saiba qual será sua nova função. Essa mudança acontece em um momento delicado para o partido, que enfrenta um desempenho abaixo das expectativas nas eleições deste ano. O novo presidente do PT será Edson Antonio da Silva, mais conhecido como Edinho Silva, atual prefeito de Araraquara e homem de confiança de Luiz Inácio Lula da Silva.

Edinho, que já foi ministro-chefe da Secretaria de Comunicação Social no segundo governo de Dilma Rousseff, governa Araraquara pela quarta vez. Sua ascensão ao comando do PT ocorre em meio a uma turbulência política, especialmente após a surpreendente derrota de sua candidata à prefeitura, Eliana Honain, para o candidato do PL, Dr. Lapena, apoiado por Jair Bolsonaro.

A amizade entre Lula e Edinho é longa e frutífera; Edinho foi deputado estadual e, em 2007, elegeu-se presidente do PT em São Paulo, sendo reeleito com mais de 90% dos votos. No entanto, a mudança de liderança no partido indica uma nova estratégia de Lula, que, em um desabafo durante uma reunião ministerial em 2022, afirmou: "Toda vez que fui pela esquerda, me dei mal." Essa declaração reflete a intenção de Lula de reposicionar o PT, mirando um espaço mais central na política brasileira.

À medida que se aproxima a eleição presidencial de 2026, o desafio de Edinho será equilibrar as diretrizes do partido, focando em uma abordagem menos esquerda e mais centrada. A situação atual é crítica, com o fraco desempenho do PT e de outros partidos de esquerda nas recentes eleições. A única luz no fim do túnel parece ser a figura de Pablo Marçal, que, se não enfrentar problemas com a justiça, poderá candidatar-se à presidência ou ao governo de São Paulo. Lula vê Marçal como uma possível chave para dividir a direita, uma estratégia crucial para revitalizar suas ambições políticas.

O futuro do PT está nas mãos de Edinho Silva, e a maneira como ele conduzirá essa transição poderá determinar não apenas a sobrevivência do partido, mas também sua relevância no cenário político brasileiro nos próximos anos.

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*Com informações Metrópoles