Economia Supersalários
Limitação de supersalários pode gerar economia de R$ 5 bilhões em 2025, aponta estudo
Medida está no pacote de revisão de gastos públicos do governo e visa estabilizar a dívida pública
17/10/2024 09h19
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Uma das propostas em análise pela equipe econômica do governo, a limitação dos chamados "supersalários" pode resultar em uma economia significativa de R$ 5 bilhões em 2025, segundo estimativas do Centro de Liderança Pública (CLP). Essa economia é vista como um passo importante para estabilizar a dívida pública bruta do país, uma demanda crescente do mercado financeiro e reconhecida recentemente pelo Ministério da Fazenda.

O estudo realizado utilizou dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), especificamente da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) de 2023 e 2024, além de informações da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2021, que traz dados mais precisos sobre o efetivo e a distribuição de servidores públicos. Com base nessa análise, o CLP prevê que o gasto extrateto, que inclui esses salários, será de R$ 4,4 bilhões em 2024 e R$ 5,01 bilhões em 2025, considerando os preços do segundo trimestre de 2024.

O Congresso Nacional está atualmente debatendo a regulamentação do teto remuneratório do funcionalismo público, que atualmente é de R$ 41,6 mil mensais, o equivalente ao salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta, que começou no Senado e foi alterada pela Câmara, retornou para análise dos senadores. Defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a medida visa listar quais tipos de pagamentos podem ser considerados fora do teto e se aplica a servidores civis, militares, magistrados e detentores de mandatos.

Em uma reunião com Haddad no dia 15 de outubro, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, expressou apoio à limitação dos supersalários. Questionada sobre a legalidade desses altos salários, a ministra afirmou: “Salário acima do limite constitucional não é desperdício, é ilegal, inconstitucional e imoral.” Ela também destacou que a inclusão da proposta no pacote de medidas depende de conversas com o presidente e do diálogo com o Congresso Nacional.

O governo planeja enviar um pacote de medidas legislativas, que pode incluir propostas já em tramitação, após o segundo turno das Eleições Municipais, marcado para 27 de outubro. A expectativa é que essas medidas sejam aprovadas ainda nos dois meses finais de trabalho legislativo deste ano ou, no mais tardar, no início do primeiro semestre de 2025.

Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e sigua nossas redes sociais.

*Com informações Metrópoles