Mato Grosso do Sul MPMS
MPMS se opõe à retirada de tornozeleira eletrônica de Claudinho Serra, líder de esquema de corrupção
Vereador licenciado de Campo Grande, réu em caso de corrupção em Sidrolândia, argumento por liberdade, mas enfrentou resistência do Ministério Público
22/10/2024 10h43
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) manifestou-se contra o pedido de Claudinho Serra (PSDB), vereador licenciado de Campo Grande, para remover a tornozeleira eletrônica que o monitora. Em sua argumentação, o MPMS ressalta que o requerente “aparentemente não exerce nenhuma profissão a não ser a anterior dedicação em cargas públicas ou políticas”, apontando uma falta de atividade profissional que o deslegitimaria na solicitação.

Claudinho Serra é um dos réus, junto com mais 20 pessoas, envolvido em um esquema de corrupção em Sidrolândia, onde ele é apontado como o chefe. Recentemente, o MPMS liberou Milton Matheus Paiva Matos, um empresário e advogado mencionado na denúncia por sacar propina, da mesma obrigação de monitoramento eletrônico. A decisão foi baseada na sua colaboração com as investigações, após fechar um segundo acordo de colaboração premiada.

Os promotores de Justiça Bianka MA Mendes e Adriano Lobo Viana de Resende se opuseram ao pedido de Claudinho, enfatizando sua posição como líder da organização criminosa. A tornozeleira também foi negada a Carmo Name Júnior, assessor próximo de Serra, responsável por receber propinas de empresários vencedores de licitações em Sidrolândia.

Além disso, os promotores argumentaram que a manutenção do monitoramento é essencial para a garantia da ordem pública, com o objetivo de interromper ou reduzir as atividades da organização criminosa. “O monitoramento eletrônico evita que a organização continue suas atividades, sem que ocorram encontros e contatos entre os investigados na perpetuação da atividade ilícita”, afirmaram.

Claudinho Serra está sob monitoramento desde 26 de abril, após passar 23 dias preso. A decisão final sobre a manutenção ou a retirada da tornozeleira cabe agora ao juiz Fernando Moreira Freitas da Silva.

O vereador, ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, está implicado nas investigações da terceira fase da Operação Tromper, lideradas pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ( Gaeco). As investigações revelaram supostas fraudes em diversos setores da prefeitura, com valores de propina que variavam de 10% a 30% do contrato, dependendo do tipo de “mesada”.

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*Com informações Midiamax