O Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) manifestou-se contra o pedido de Claudinho Serra (PSDB), vereador licenciado de Campo Grande, para remover a tornozeleira eletrônica que o monitora. Em sua argumentação, o MPMS ressalta que o requerente “aparentemente não exerce nenhuma profissão a não ser a anterior dedicação em cargas públicas ou políticas”, apontando uma falta de atividade profissional que o deslegitimaria na solicitação.
Claudinho Serra é um dos réus, junto com mais 20 pessoas, envolvido em um esquema de corrupção em Sidrolândia, onde ele é apontado como o chefe. Recentemente, o MPMS liberou Milton Matheus Paiva Matos, um empresário e advogado mencionado na denúncia por sacar propina, da mesma obrigação de monitoramento eletrônico. A decisão foi baseada na sua colaboração com as investigações, após fechar um segundo acordo de colaboração premiada.
Os promotores de Justiça Bianka MA Mendes e Adriano Lobo Viana de Resende se opuseram ao pedido de Claudinho, enfatizando sua posição como líder da organização criminosa. A tornozeleira também foi negada a Carmo Name Júnior, assessor próximo de Serra, responsável por receber propinas de empresários vencedores de licitações em Sidrolândia.
Além disso, os promotores argumentaram que a manutenção do monitoramento é essencial para a garantia da ordem pública, com o objetivo de interromper ou reduzir as atividades da organização criminosa. “O monitoramento eletrônico evita que a organização continue suas atividades, sem que ocorram encontros e contatos entre os investigados na perpetuação da atividade ilícita”, afirmaram.
Claudinho Serra está sob monitoramento desde 26 de abril, após passar 23 dias preso. A decisão final sobre a manutenção ou a retirada da tornozeleira cabe agora ao juiz Fernando Moreira Freitas da Silva.
O vereador, ex-secretário de Fazenda, Tributação e Gestão Estratégica de Sidrolândia, está implicado nas investigações da terceira fase da Operação Tromper, lideradas pelo Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado ( Gaeco). As investigações revelaram supostas fraudes em diversos setores da prefeitura, com valores de propina que variavam de 10% a 30% do contrato, dependendo do tipo de “mesada”.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações Midiamax