Política Decisões
Arthur Lira desafia STF: PEC busca decisões limitadas monocráticas e gera polêmica
Manifestações acirram a tensão entre os poderes, enquanto proposta é acusada de ameaçar a independência do Judiciário
22/10/2024 11h15
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), abordou o debate político ao enviar uma manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF) defendendo a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita as decisões monocráticas da Corte. Em sua argumentação, Lira afirmou que a proposta não apresenta “qualquer inconstitucionalidade” e não interfere na autonomia do STF, mas busca, segundo ele, “racionalizar o exercício de medidas cautelares” e aumentar a “transparência” na atuação judicial.

Entretanto, a proposta enfrenta resistência significativa. O deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) já acionou o STF com um mandato de segurança, alegando que as mudanças na PEC comprometem a independência do Poder Judiciário e violam a separação dos poderes. O relator do caso, ministro Nunes Marques, terá a tarefa de decidir sobre a legalidade da tramitação da proposta.

A PEC, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara no último dia 9, proíbe decisões individuais de magistrados que suspendem atos de presidentes da República, do Senado ou da Câmara. O texto ainda estabelece prazos rígidos para análise de decisões, o que, segundo crítico, poderá paralisar ações judiciais e limitar a agilidade do Judiciário em casos urgentes.

Enquanto isso, ministros do STF já se manifestaram contrários ao pacote de medidas, considerando-o inconstitucional e afirmando que, se chegar à Corte, poderá ser derrubado. Em meio a essa crise institucional, Lira sinalizou que não pretende acelerar a análise da proposta, desafiando a pressão de opositores que pedem urgência nas investigações.

O debate entre Lira e o STF não é apenas uma questão legislativa, mas um reflexo da tensão crescente entre os poderes no Brasil, colocando em risco a já frágil relação entre Executivo, Legislativo e Judiciário. À medida que a PEC avança na Câmara, as consequências para a independência do Judiciário e a legitimidade das decisões da Corte podem ser profundas, exigindo atenção redobrada da sociedade e dos representantes políticos.

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*Com informações CNN