Política Moraes
Falso mandado de Moraes pedindo própria prisão foi inserido no CNJ
Autoridades investigam ordem de prisão no Banco Nacional de Mandados de Prisão
05/01/2023 09h11 Atualizada há 3 anos
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Mandado foi inserido por usuário regularmente cadastrado, segundo CNJ

Uma ordem de prisão foi inserida no Banco Nacional de Mandados de Prisão - BNMP, está sob investigação das autoridades após constar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, teria determinado sua própria prisão.

Na decisão falsa consta a determinação: “expeça-se o competente mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes”.

O mandado de prisão não existe e inclusive está com a numeração de um processo que tramita no STF sob a relatoria do ministro Dias Toffoli. A última decisão sobre o caso está datada em 19 de dezembro de 2022, na qual Toffoli negou um habeas corpus impetrado pelo advogado Philipe Barbato Marinho.

Em nota, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que administra o BNMP, disse ter identificado uma inconsistência “fora do padrão” no sistema, que teria sido introduzida por um usuário regularmente cadastrado no sistema. O CNJ ainda disse que haverá restrição de acessos à plataforma.

"O caso já se encontra sob investigação oficial das autoridades responsáveis. Cautelarmente, e como medida de segurança, haverá restrição de acessos à plataforma, embora esteja preservada a integridade das demais informações que foram, regularmente, produzidas dentro do sistema", destacou o conselho.

A Polícia Federal vai investigar se houve um ataque hacker ao sistema, que pode ter invadido o sistema durante a manhã desta quinta-feira (5). 

Falso Mandado

No falso mandado de prisão, o autor do texto insere diversas frases irônicas com críticas ao ministro como “o Estado somente eu”, “vontade extraordinária de ver o Lula continuar na presidência” e “publique-se, intime-se e faz o L”.

O texto faz referência também ao processo eleitoral, especialmente com relação às urnas eletrônicas, e diz que Moraes condena a si mesmo por litigância de má-fé, justamente a conduta que ele atribuiu ao PL quando multou o partido do ex-presidente Jair Bolsonaro em mais de R$ 22 milhões por questionar as urnas usadas no pleito deste ano.