Política Reforma ministerial
Reforma ministerial de Lula: Gleisi e Pacheco em jogo enquanto o governo busca se fortalecer para 2026
Novas apostas revelam incertezas e riscos na administração do presidente, que enfrentam desafios internos e pressões externas
24/10/2024 09h06
Por: Tatiana Lemes
Foto: Reprodução

Na tentativa de fortalecer seu poder para as eleições presidenciais de 2026, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) parece caminhar para novas escolhas questionáveis ​​com sua possível reforma ministerial. Embora o Palácio do Planalto sinalize que as mudanças na Esplanada dos Ministérios serão pontuais, os nomes ventilados revelam mais uma aposta arriscada em figuras que podem fragilizar ainda mais sua base de apoio.

A inclusão de Gleisi Hoffmann, presidente do PT, em uma pasta chave é uma das grandes incógnitas. Apesar de ser cotada para ocupar um ministério, sua possível nomeação vem acompanhada de críticas, pois o espaço que deve ser oferecido a ela já é ocupado por Wellington Dias, um aliado de peso do governo. Retirar Dias do cargo pode criar fissuras no PT, abrindo portas para sobrecargas desnecessárias no Senado, onde o governo já enfrenta dificuldades.

Outro nome no jogo é o de Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, que Lula quer expor para uma futura candidatura ao governo de Minas Gerais. No entanto, as tratativas de bastidores indicam que essa correção pode enfraquecer o equilíbrio político entre os poderes, uma vez que Pacheco terá que abandonar a neutralidade em prol de uma agenda puramente eleitoral.

Arthur Lira, presidente da Câmara, também está no centro dessa trama. Mesmo resistindo a uma nomeação direta, Lira mantém as recomendações de suas restrições, o que revela o quanto Lula está à mercê dos interesses do Centrão. Lira, que já cobiçou o Ministério da Saúde, deve continuar a pressionar por mais espaço no governo, enquanto o presidente tenta manter Nísia Trindade, uma aliada, no cargo, em uma disputa que só traz desgaste ao governo.

Lula parece repetir os mesmos erros do passado ao colocar cargos estratégicos em jogo por interesses eleitorais e partidários, fragilizando ainda mais sua administração. Em vez de focar na governabilidade, as movimentações políticas expõem a vulnerabilidade de um governo mais preocupado com alianças frágeis do que com resultados concretos para o país.

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*Com informações CNN