A Polícia Federal (PF) enviou um relatório detalhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) que expõe uma complexa rede de corrupção no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS), envolvendo supostas vendas de sentenças. O documento, com 120 páginas, revela prints de conversas, quebras de sigilo telemático e notas fiscais de transações realizadas entre 2017 e este ano.
Entre as principais descobertas, a PF destaca o crescimento patrimonial do presidente da Corte, o desembargador Sérgio Fernandes Martins. De acordo com a investigação, ele teria adquirido 80 cabeças de gado de seu pai, o desembargador aposentado Sérgio Martins Sobrinho, por R$ 63.060,48, sem que haja registros bancários que justifiquem essa transação. O relatório também revela um aumento significativo no saldo em espécie declarado por Martins, passando de R$ 38.770,00 em 2022 para R$ 141.727,90 em 2023, sem explicação para tal acréscimo.
A quebra de sigilo telemático permitiu à PF acessar mensagens e ligações entre o desembargador Marcos José de Brito Rodrigues e um empresário desde 2018, com intensa troca de mensagens em 2024. O relatório sugere que decisões judiciais podem ter sido prejudicadas com o propósito de beneficiar indevidamente uma das partes envolvidas, embora não haja menção explícita às vantagens financeiras.
Nesta quinta-feira (24), o STJ decidiu afastar cinco desembargadores, incluindo Sérgio Fernandes Martins e Marcos José de Brito Rodrigues, além de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado. A ação também autorizou 44 mandatos de busca e apreensão em diversos estados, com os magistrados obrigados a usar tornozeleira eletrônica.
A sociedade agora aguarda desdobramentos dessa investigação, que evidencia um grave escândalo de corrupção no Judiciário, comprometendo a confiança nas instituições e na Justiça em Mato Grosso do Sul.
Receba as principais notícias do Brasil pelo WhatsApp. Clique aqui para entrar na lista VIP do WK Notícias e siga nossas redes sociais.
*Com informações CNN